sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Arte inclusiva


Apesar de ainda existirem muitos entraves no mercado de trabalho formal para a pessoa com deficiência, o artesanato tem se mostrado uma excelente opção de ganho de renda e inserção na sociedade, além de uma terapia muito utilizada nas clinicas de reabilitação. E é durante a terapia que eles entram em contato com outras realidades e dificuldades, pessoas que como eles viviam isolados e sem expectativas e que passaram a enxergar possibilidades de melhoria de vida através da arte.

Paulo Carneiro
Durante um bom tempo eu me virei fazendo bijuterias com miçangas, bonecas de lã e tapeçaria (muito prendada, eu já disse né kkkkkkkkkk), sempre amei o artesanato. Sou encantada com a habilidade do ser humano em transformar peças “mortas” em algo colorido e vibrante, sem falar que é uma peça única que carrega toda a energia das mãos de quem o fez. Artesanato é MARA! Tenho um tio (irmão da minha mãe) que é um talento e um artesão famoso. O meu tio Paulo, teve paralisia infantil e devido a isso possui uma limitação física que dificulta sua locomoção, mas nada que o impeça de levar a e ensinar a sua arte, que ele mesmo define como ecologicamente correta, pois reutiliza resíduos sólidos na confecção de suas peças. Uma das citações preferidas dele é "REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR, o meio ambiente agradece." Graças ao seu talento ele recebeu alguns prêmios nacionais e internacionais, também dá oficinas de artesanato e ensina as pessoas a transformar “lixo em arte”. 

Quadro Hibiscos -  Débora Borsoli
Outro bom exemplo do uso da arte como terapia é o da Débora (uma das Marias). Incentivada pelo pai, a Dé resistiu até onde pode kkkkkkkk, mas resolveu fazer o curso de pintura. Fez por 2 anos, e ficou encantada, “Depois que a gente começa a pintar, quer fazer mais e mais coisas novas e diferentes”. Vendeu algumas telas, mas não continuou no curso devido a outras atividades, e passou a ter a pintura como uma forma de terapia, um hobby.

O artesanato tem alcançado resultados importantes junto ao deficiente, pois as atividades, além de desenvolver o tato, sentido amplamente utilizado pelo deficiente visual, é um excelente instrumento de elevação da autoestima e socialização e inclusão produtiva, onde os assistidos são incentivados a produzir suas peças e a comercializa-lo, gerando assim renda. As possibilidades são enormes e não precisa de um grande investimento para oferecer oficinas de artesanato, o meu tio Paulo é um belo exemplo disso, pois reutiliza todo tipo de resíduo sólido descartado. E uma vez ensinada as técnicas, elas podem ser repassadas para outras pessoas aumentando o círculo de conhecimento e de aceitação.

Além dos trabalhos manuais, existem outras formas de arte que também são inclusivas, como a dança e a música. Em algumas universidades já é possível ver a utilização destes recursos no processo de reabilitação. As limitações impostas pela deficiência podem ser contornadas com trabalho especifico e tratamento adequado, a pessoa com deficiência não é incapaz, apenas não teve oportunidade de desenvolver suas habilidades. Existem muitas possibilidades, basta se movimentar.
Beijos e inté
=)

TORRE HUMANA (Pose 02) - Material utilizado: escovas de dente, bisnagas de creme dental e outros.


CABELEIREIRA (pose 03) - Material utilizado: Vidros de esmalte, tampinhas plásticas, caixa de fósforo, papelão e outros.


      

3 comentários:

  1. Post incrível amiga, como sempre você mostrando que podemos TUDO, só basta querer. E a história do seu tio é um exemplo de superação. A arte dele é perfeita, quando eu for para ai quero trazer muitas.

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  2. Muito obrigada pelo incentivo amiga!!! Força na peruca sempre! E tenho a certeza que você vai amar as peças dele.

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  3. Parabéns ao seu tio Wi...linda a arte do senhor Paulo. Agora bem que a Dé e vc poderiam mostrar aqui as artes de vcs tbém!! <3

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