terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Preconceito: falta de informação ou de interesse!?


Puxando o fio que a Lú deixou no último post dela, o “Ninguém Merece”, queria abordar uma questão muito interessante, como surge o preconceito!? Como explicar que apesar das diferenças perceptíveis todos nós sentimos e vivemos do mesmo jeito?! Quando a Lú falou da vez que foi abordada por uma criança que a viu na cadeira de rodas, e que com a sua inocência e curiosidade, a perguntou o porquê dela estar ali daquele jeito, me deu um estalo. É aí que o preconceito nasce e pode morrer. Justamente nessa fase inocente da criança, muita coisa pode ser evitada e trabalhada para que ele cresça consciente de que não somos como bonecos feitos em uma fábrica, cada um tem sua particularidade, algo que nos torna igual e diferente ao mesmo tempo.

O que é o preconceito!? De acordo com os dicionários, preconceito é um conceito pré concebido, algo formado antes. É muito associado a uma ideia negativa, pois se limita a definir algo superficialmente, sem se preocupar com a essência, com a natureza do objeto. E é exatamente esse tipo de julgamento que muitas pessoas com algum tipo de limitação enfrentam diariamente. Olhares piedosos, curiosos ou até mesmo críticos nos rodeiam. A falta de informação, de cuidado e até mesmo de respeito com o outro gera situações constrangedoras e de tão absurdas chegam a ser engraçadas.


Nunca tive problema em dizer o que tenho, muito pelo contrário adoro dar uma de sabe tudo e contar todos os detalhes (explico até os cruzamentos dos cromossomos kkkkkkkk). Sempre fui curiosa e desde que descobri o que tenho não deixo de fuçar na net novidades, tratamentos e tudo mais de interessante sobre a Distrofia. Meus médicos adoram me ouvir kkkkkkkkkkkkk ... devem me achar maluca mas tuuuudo bem, tudo em nome da ciência. Em entrevistas de trabalho, eu surpreendo os gerentes de Rh por minha naturalidade em expor minhas limitações e habilidades. Com novos amigos também não tenho problemas, mas quando o assunto é explicar pra criança .... eu me perco, não sei por onde começar. Meu irmão mais novo, que também tem a DMC, inventou um jeito engraçado de tirar os pequenos de tempo, não é o mais correto, mas foi à forma que ele achou de não dar um nó na cabeça da criança. Quando o perguntam o que ele tem, ele diz que foi mordido por um jacaré (:p) eu morro de rir kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Fuçando minha caixa de e-mails, encontrei um antigo que falava justamente sobre esse assunto e achei interessante dividir com vocês pois além de ser uma matéria linda e real, dá muitos toques de como devemos agir nas situações cotidianas. 
“Esta matéria foi publicada em 1/03/12. Muitas pessoas querem introduzir o assunto “crianças com necessidades especiais” com os filhos, para estimular a aceitação à diversidade, e não sabem como fazê-lo. Aqui vão várias dicas muito úteis!

Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos.

“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que ama tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança—independente dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.” — Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral. 

Encoraje seu filho a dizer “oi”.


“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com necessidades especiais, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas.”— Katy Monot, do blog “Bird On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.


Dê explicações simples.

“Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando alguma coisa que seus filhos já conhecem, algo que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar isso para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”— Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary, ambos com Síndrome de Down.

Ensine respeito às crianças com seus próprios atos.

“Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.— Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomina 9.

Não se preocupe com o constrangimento.

“Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está babando?”ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam exemplos ideais de início de conversa, eles mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar, mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha mãe”).— Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome genética não diagnosticada. 

A educação e a informação são questões importantes para o crescimento de pessoas conscientes e sociáveis, e conseguem transformar com simples atitudes. Esta matéria tem outras dicas interessantes, vou disponibilizar o link para que vocês possam conferi-la inteira.
Espero que tenham curtido! Beijos
=)

Link: http://blogs.babble.com/babble-voices/ellen-seidman-1000-perplexing-things-about-parenthood/2012/02/29/what-to-teach-your-children-about-kids-with-special-needs/








4 comentários:

  1. Parabéns pela matéria amiga, INCRÍVEL! Adorei, e acho que estão ai muitas respostas que varias pessoas procuram. Todos somos diferentes, o importante é educar para que desde pequeno seu filho saiba disse, e que preconceitos nada mais é de quem só vê a superficialidade! Sabe aquela linda frase de O Pequeno príncipe: "O essencial é invisível aos olhos...". Post maravilhoso....beijoos

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    1. Brigadão Dé!! É pra isso que criamos o blog, além de divertir com as nossas histórias, passar dicas de como lidar melhor com as diferenças. E essa é a minha frase preferida!! Xêro

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  2. Gostei muito do assunto abordado e concordo com a opinião de todos envolvido no texto. Parabéns!!!Adelaide.

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  3. Muito obrigada!!! Beijão e continue nos acompanhando e sugerindo coisas novas!

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