quinta-feira, 25 de abril de 2013

Apresentações

Olá pessoal que estão ligados nesse blog tão bem comandado por essas três inPerfeitas...


A partir de agora estarei com vocês aqui uma vez por mês com a coluna "Cadeira Cativa." E fazer parte de um trabalho tão bem feito, só aumenta a minha responsabilidade. Como mensalmente estarei por aqui, gostaria de me apresentar. Me chamo James Alcides, tenho 41 anos, sou Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco e assim como nossas garotas super-poderosas, também tenho Distrofia Muscular. Eita já ia esquecendo, sou diretor do VENCER, um Programa voltado para pessoas com deficiência. Feitas as devidas apresentações vamos ao que interessa. Quando recebi o convite da Lu e da Wívian para participar do blog, tive uma crise de insônia terrível, pois não parava de pensar o que eu iria escrever. Então no meio de uma dessas madrugadas, me veio a ideia de escrever sobre... acreditem, EU mesmo.
Como o ser humano é uma criatura por natureza muito curiosa, todo mundo quer saber da história do outro, então ao longo dos meses, vou falar das aventuras e desventuras de um cara que nasceu e cresceu com DM. Gostaria de começar essa odisseia voltando alguns anos no tempo. No fim dos anos 70 e início da década de 80 ( que é quando mais ou menos eu começo a me entender por gente), eu morava em um bairro muito simples aqui do Recife chamado Jiquiá. Naquele tempo a Distrofia ainda me permitia andar, embora de forma lenta e sempre levando aquelas tradicionais quedas. Mesmo assim, eu nunca me sentia um deficiente. Na verdade eu era apenas mais um no meio da molecada do bairro. Graça a Deus naquele tempo não existiam video-games e assim minha infância foi muito de rua, onde pude aprender bastante. Apesar de ser meio "maloqueiro", minha mãe nunca abriu mão dos meus estudos. Antes de ir pra escola eu tinha muitas atividades. Na parte da manhã empinava pipa, ou jogava bola de gude ou até mesmo botava minhas betas (pra quem não sabe, betas são uns peixinhos coloridos que brigam com outra quando estão juntas) pra brigar com as dos colegas...
Mas eu gostava mesmo era de admirar uns caminhões que ficavam estacionados em um terreno na frente da casa onde eu morava. Eu conhecia todos os motoristas e muitas vezes eles me levavam pra fazer um passeio com aquelas máquinas, muito velhinhas, mas eu não estava nem aí. Tudo o que eu queria era chegar aos 18 anos, tirar minha carteira e guiar meu caminhão para onde quer que fosse. Também tinha uma grande criação de preá ou porquinho da índia como também é conhecido, deveria ter uns 30 bichinhos, mas um me chamava a atenção, tanto que até nome eu botei nela, era a "Baleia", pois ela era grande e parecia com aquelas baleias Orcas, toda preta com listas brancas. Pra falar a verdade, eu só sentia falta de uma coisa: um aparelho de TV. Naquele tempo eu morava com minha mãe, uma irmã e um monte de tios na casa da minha avó, que era uma vendinha onde se negociava de pirulito a cerveja, sendo assim a grana era curta e há pouco mais de 30 anos, TV era artigo de luxo. No meu bairro, poucas eram as casas que tinham um aparelho desse. E uma dessas residências era nossa vizinha, a Cristina, que era mãe da Nina e do Francisquinho, eles tinha mais ou menos a minha idade e foi no sofá deles que eu assistia o Sítio do Pica-pau Amarelo. Foi lá que me desesperei ao ver o Minotauro raptar a tia Anastácia para o seu labirinto. E também naquele mesmo lugar eu morria de rir aos domingos a noite com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, eram os Trapalhões. Naqueles anos a única coisa que a Distrofia me impedia era de subir no pé de azeitona que tinha no quintal da minha casa. Eu invejava quando via meu tio Bidu lá nas alturas enchendo a boca de fruta, mas ele sempre descia com um saco cheio delas. Logicamente eu devorava todas e minha língua sempre ficava roxa devido ao suco que as azeitonas soltam. Apesar de tudo ser muito simples, eu era uma criança muito feliz e me sentia um rei naquele lugar. Mas veio o ano de 1982 e minha vida iria mudar radicalmente. Mas isso é uma outra história que eu vou contar no próximo Cadeira Cativa...Bjs e abraços...

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