Já tem um tempo que eu queria
tocar neste assunto aqui no blog, mas como acontecem muitas coisas
durante a
semana alguns temas interessantes acabam ficando para depois. E essa é uma
questão que sempre tive curiosidade (e acredito que não é apenas minha) e vejo
que ainda não foi discutido diretamente com as partes interessadas. Falo da
questão do ponto de vista dos homens sobre as mulheres com algum tipo de
deficiência, o que eles pensam ao se aproximar e quem sabe se relacionar. E por
uma incrível coincidência, recebi um link de uma matéria que falava da vida de
uma mulher que devido a um ato de covardia e violência do seu ex, se tornou cadeirante,
e ela falou das transformações que precisou fazer para se adaptar a essa nova
realidade, e a repórter em umas das questões abordava justamente sobre isso, uma
cadeirante falando sobre sua impressão deste olhar masculino. Vou
disponibilizar o link da matéria na integra para que vocês possam ler e tirar
suas próprias conclusões.
Sempre tive uma cabeça muito boa
quanto a me aproximar das pessoas, tenho facilidade em fazer amizades mas no
quesito “romance/paquera” confesso que ainda tenho muito o que aprender
kkkkkkkkkkkkkk pois como sou ansiosa, não consigo prolongar muito os joguinhos
de sedução (como falei antes eu sou agoniada, e vou logo querendo saber o que
se passa, não consigo ficar na enrolação. Entendem?!). E como tenho dois irmãos
mais novos que eu, convivi muito com os meninos e prestava atenção na forma
como eles agiam comigo e como falavam de mim para os outros. Vi que sempre
tinham todo um cuidado, me protegiam de tudo e de todos (empatavam qualquer
aproximação masculina interessante :/ ). Quando eu saio, vejo que tem olhares,
sorrisos mas nada de aproximação. Às vezes ficava procurando algo na minha
roupa, maquiagem, perfume mas não era nada comigo, pois depois de um bom tempo
de show rolando esses mesmos carinhas se aproximavam, tomavam coragem e vinham
conversar comigo. E essa abordagem tem seguido esse padrão, não que só cheguem
os alcoolizados, e eles também chegam (para minha tristeza e teste de
paciência), mas eles ficam de longe só observando o meu comportamento. Como se
estivessem se acostumando e aprendendo a lidar com as diferenças. Depois que as
apresentações fluem, a conversa acontece naturalmente e as perguntas de praxe
também: “Poxa, você aí tão feliz com teus amigos curtindo numa boa, toda linda
e simpática.... não deixa nada te limitar. Isso é muito bom de ver!”, ou “Poxa,
como você é feliz!? Dá uma inveja de te ver sorrindo...”, “ Sabia que você é
linda?! Não hoje, mas quero muito poder conversar e te conhecer melhor, com
mais calma, longe desse barulho” .... e por aí vai. É engraçado ver que uma
mulher numa cadeira de rodas pode gerar tanta curiosidade e despertar o
interesse de aproximação kkkkkkkkkkkkk mais ainda quando está mulher faz
questão de mostrar o quanto é feliz e linda, independentemente de qualquer
coisa.
Então, resolvi perguntar a alguns
amigos meus (andantes e bem resolvidos) e tentar tirar deles o máximo de
sinceridade possível sobre o assunto. E pra minha surpresa, apesar deles não se
conhecerem, responderam coisas parecidas.Vou mostrar a vocês o que eles me responderam, os nomes não vou poder mencionar, mas as respostas foram dadas com toda a sinceridade, isso posso assegurar.
A pergunta que eu fiz foi a seguinte:
O que intimida mais você ao se relacionar com uma mulher com deficiência física?
O receio de assumir o papel de "cuidador”, a questão das diferenças ....
Mas de que forma isso seria um problema?!
Te faria desistir ou não importaria?!
Mas de que forma isso seria um problema?!
(F.B, 30 anos, Solteiro) Realmente no momento que a pessoa começa a
pensar na possibilidade de namoro ou relacionamento mais sério deve terminar
vindo a mente sim. Eh porque é pau... Do jeito que tô hoje em dia já boto tanta
barreira, se vejo alguma possível dificuldade já vou descartando a
possibilidade de relacionamento. Mas quando se apaixona a pessoa
vai metendo a cara.
(G.P, 30 anos, Solteiro) Enfim, acho q as diferenças não são problemas, e
também creio que a questão de assumir a posição de cuidador também não seja
problema, porém entre as duas situações creio q ser cuidador é pior em parte...
Na verdade, eu acho que as condições de acessibilidade de cada cidade e até
mesmo a falta de experiência do homem com deficientes, faz com ele se afaste...
Não sei se os outros homens pensam como eu mas imagina eu te levar para um
motel sem atentar para a acessibilidade, e chegar lá ter uma escada enorme e
apertada? Te carregar nos braços seria o de menos, mas fazer você passar por
essa situação é o pró. Imagina eu te levar a um bar ou restaurante com
acessibilidade, mas em certa ocasião eu pedir um prato que exija força física
da pessoa para por exemplo, cortar um carne... E eu não sabendo suas limitações
e perceber q na hora você ficou "errada" seria horrível... Tudo
aparenta ser complicado na questão lidar com deficientes físicos, mas contudo,
talvez o problema esteja no homem. Eu me preocupo muito com minha imagem e com
minhas atitudes. Em resumo, sair com uma garota deficiente iria me colocar em
prova a todo tempo e talvez por eu não ter experiência com deficientes ou
intimidade com a mesma, iria deixar quaisquer momento a dois complicado.
(A.M, 33 anos, Solteiro) Não sei, nunca pensei nisso. Eu acho que
seria uma relação normal. Se houver sentimentos verdadeiros qualquer coisa dá
certo. E quanto as dificuldades do dia a dia, só a prática iria dizer.
(G.C, 25 anos, Solteiro) Não vejo diferença em namorar alguém com
deficiência, mas me preocupo com os sentimento dela, pois sou uma pessoa q não
quero ter relacionamentos sérios no momento. E se começo a namorar, penso no
fim dele e como isso a afetaria.
(I.
A, 35 anos, Solteiro) Se
gostar realmente da pessoa não importa a deficiência pois qualquer pessoa que hoje
corre amanhã pode não andar ninguém está livre do imprevisto na vida.
Nas conversas que tive com esses
meus amigos, pude ver que “o grande problema” está realmente na falta de
informação e principalmente na postura que adotamos e passamos para os outros. Limitações
todos nós temos, umas mais visíveis que os outros mas TODOS nós as temos. Por
falar nisso, pensei: “o que seria do Super Man se saísse divulgando a torto e a
direita que é indefeso contra a kriptonita!?”, doidera total né kkkkkkkkkk. Todos
nós temos as nossas fraquezas, nossos pontos fracos, mas nem por isso vamos
perder nosso tempo valorizando ou exaltando cada um deles não é!? A falta de
informação é algo que existe e torna ainda mais inacessível o nosso dia a dia. Por
isso cabe a nós, pessoas com deficiência, sanar isso. É nosso dever mostrar que
o dia a dia de um cadeirante, muletante, deficiente auditivo, visual ou demais
limitações, não é nada absurdo. Precisamos apenas de algumas adaptações, mas no
final tudo é igual, inclusive no quesito paquera/romance!!!
Valorizar nossos “super poderes”,
mostrar que estamos afim sim, e perder o medo de falar sobre nossas limitações.
Mostrar que apesar das nossas fragilidades somos pessoas com desejos e
necessidades. Como prometi, vou deixar o link da matéria.
http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2013/09/cadeira-de-rodas-nao-e-motivo-para-perder-sensualidade-diz-professora-amapaense.html
http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2013/09/cadeira-de-rodas-nao-e-motivo-para-perder-sensualidade-diz-professora-amapaense.html
Beijos e inté mais
=)
Amei!!! Passei e perdi anos da minha vida pensando ao contrário e hoje descobri que posso e devo paquerar, amar, namorar, curtir como qualquer outra. Todo ser humano tem fraquezas, independente ter ter deficiência ou não. Cada dia mais estou aprendendo vencer meus medos e explorar meus "super poderes" hehe .... Parabéns. Show essa matéria.
ResponderExcluirFicamos muito felizes em saber que você está dando a volta por cima, e explorando os teus "super poderes" kkkkkkkkk Beijos e fique a vontade para comentar e sugerir temas.
ExcluirAceita uma crítica construtiva? Um ótimo tema, gostei da ideia de abordar homens "normais" e sondar suas impressões sobre o tema, mas a escrita dificulta a leitura do texto. Faltou estrutura, melhor organização das ideias, mas principalmente uma correção geral no texto.
ResponderExcluirOutra coisa, se os comentários são moderados, pra quê verificação de palavras? É super chato ter que escrever aquelas letras e nem sempre a gente acerta de primeira.
São coisas básicas que acho que melhorariam em muito o blog que já é ótimo.
beijos
Olá Paula, agradecemos suas sugestões, todas são sempre muito bem vindas!!
ExcluirMas vamos tentar responder cada uma das questões que você levantou tá!?
Quanto a forma escrita do texto em questão e do nosso blog, gostamos de usar nossos posts como conversas informais com nossos leitores.
Não somos especialistas e o texto não tinha a intenção de ser técnico, quisemos brincar e descontrair. Dar um tom de leveza a uma temática séria que mexe de maneira profunda com muita gente, além de debater um ponto de vista.
Mostramos o que vivemos e tentamos "conversar" com vocês aqui como falamos com nossos amigos do dia a dia, por isso optamos por esta estrutura menos formal. Desculpe se desta forma dificultei seu entendimento.
O sistema de verificação de palavras, era algo do próprio formato do blog, e já foi alterado. Estamos mudando a nossa estrutura, vamos migrar para um site, aí sim poderemos oferecer a você e a todos os que nos acompanham uma melhor qualidade no que diz respeito ao contato conosco e visualização do nosso conteúdo.
Novidades estão por vir!!!!!
Mais uma vez agradecemos suas sugestões e fique a vontade para nos procurar e dar mais contribuições.
Beijos,
Equipe InPerfeitas
Que materia massa! Parabeens meninas, ficou muito bom!
ResponderExcluirBrigadão Julia!
ExcluirPS: Ansiosa pra te conhecer ;)
Beijão