domingo, 6 de outubro de 2013

Você tem medo de que!?

O que assusta mais: Ficar só nesse mundão de meu Deus ou o medo da mudança, do inesperado?! Não comentei as várias possibilidades de pânico (insetos, catástrofes naturais, assaltos, epidemias mortais, zumbis, vampiros kkkkkkkkk) porque daria uma novela mexicana e não chegaríamos a um denominador comum. E o ponto que quero chegar é o fato de nós muitas vezes ficarmos paralisados diante de algo, e “empacarmos” a nossa vida, de transformarmos uma pedra na Muralha da China.

Eu já tive muito medo de ficar só, de não ter amigos ou de perder os meus familiares, confesso que ainda tenho mas não por me sentir totalmente perdida sem eles, mas por não poder contar com o carinho e presença física deles. Tive que me despedir do meu pai há 19 anos atrás e não é fácil, mas vou seguindo em frente pois foi assim que ele me ensinou e sinto a presença dele sempre por perto. Nunca estaremos sozinhos de fato, sempre poderemos contar com uma palavra e um carinho amigo, e essa palavra/consolo pode vir de várias formas, um telefonema, um sms, um curtir no facebook, um email, ou o mais gostoso de todos uma visita inesperada. Tudo na vida tem seu tempo certo de existir e acontecer, a despedida é triste mas tentem ver não como um ponto final, mas como se fossem reticencias kkkkkkkkk A vida continua (de um jeito ou de outro), e em algumas doutrinas essa “verdade” é vivida, eu acredito nisso.

Quanto as mudanças, dessas não podemos correr por muito tempo, a não ser que vivamos como eremitas em uma caverna, isolados do mundo (cá pra nós isso é muito triste e ninguém quer viver assim não é!?). Faz parte do processo evolutivo, do nosso crescimento, mudar. Afinal a lagarta para se transformar em borboleta, também enfrenta um processo lento e delicado para só depois voar alto e exibir suas belas asas. A cada dia surgem obstáculos novos, situações que a primeira vista não podem ser superadas mas que após uma breve pausa e olhar mais atento, vemos que não é tão impossível assim. Uma entrevista de emprego, o primeiro dia de aula, o início de um tratamento, a compra de um equipamento, uma conversa séria com alguém importante .... Enfim, tudo que nos tire da nossa zona de conforto a princípio é tenso. Esse “tipo de medo” eu até gosto, e o uso como combustível kkkkkkkkkkkkk. Se para a maioria das pessoas aceitar o novo e o inesperado é complicado, imagina pra quem tem que entender e conviver com uma nova realidade, como por exemplo uma deficiência?! Quando fui apresentada a Distrofia, eu tinha apenas 9 anos de idade, e tive que amadurecer muito e aprender a contornar minhas limitações. Sem falar que eu tive que aprender sozinha TUDO sobre a minha deficiência, para poder explicar as pessoas que não conseguiam entender como a minha vida tinha mudado tão rápido. Imaginem pra uma criança de 9 anos ter que explicar sobre genes dominantes e recessivos kkkkkkkkkkkk, e o porquê dos meus pais e irmão do meio não terem desenvolvido a distrofia como eu. Fui crescendo e as mudanças não pararam, perdi meu pai, entrei na faculdade, comecei a trabalhar, fiz minha pós e cursos de especialização, mudei de emprego, passei a sair mais, e em cada novidade eu tinha que encarar pessoas e situações com as quais eu não estava acostumada mas nem por isso desanimei, muito pelo contrário só tem me motivado a ir além.

O novo nem sempre vem com manual de instrução e a solidão as vezes é bem-vinda. Cabe a nós termos serenidade para entender que não temos que ser uma ilha, e que a mudança faz parte de todo crescimento. O que por hora pode nos fazer tremer de medo e desconfiar da nossa capacidade, amanhã nos fortalecerá. Precisamos nos aceitar e compreender que até as nossas limitações podem ser trabalhadas e se tornar um diferencial positivo. Aprendi com as minhas “batalhas” que não preciso ser SUPER, basta ser eu mesma, aceitando minhas limitações, trabalhando meus pontos fortes e melhorando minhas fraquezas. 

Poder sorrir mesmo nas quedas e aceitar a ajuda de quem puder nos fazer crescer.

Beijo grande e inté mais

=)


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