domingo, 26 de junho de 2016

Mudanças


Acredito que todo mundo passa por mudanças alguma vez na vida. A minha vida foi cheia delas, desde o início. Engraçado que sou taurina e dizem que pessoas desse signo odeiam mudanças... Ferrei-me! rsrsrsrs... Mas desde cedo, Deus quis me fazer entender que elas são necessárias em nossas vidas, nos fazem crescer, amadurecer e até encontrar oportunidades que antes não víamos. Sabe como aprendi? Não foi tão rápido e foi com as pancadas que levei mesmo... Literalmente. rsrs

Desde bebê moro com meus pais e meu irmão no edifício calcos, no bairro Setubal em Recife, aprendi tanto aqui. Aprendi a andar, reaprendi a andar... (re) reaprendi a andar... rsrsrs...explico já... Pois bem, aqui fiz amizades, brinquei, chorei, ri e cresci.
Aprendi a respeitar o próximo, a amar o outro e a não ver diferenças, se é que elas existem. Foi aqui que brinquei de pega-pega, pique-esconde, vôlei, 7 vidas, barra bandeira, barbie, vendedora de revistinhas gibis. Fazíamos festas juninas, coreografias, desfiles de moda, etc...

Quantas vezes ouvia os gritos de minha mãe e pai ou dos porteiros Dionízio, Zeílton e seu Antônio dizendo:

- Luciana, já está na hora de subir, jantar!! E eu respondia que ia subir e demorava horas, rsrsrsrs...

Foi aqui que a distrofia apareceu, que levei as primeiras quedas e que era café com leite (para poder participar das brincadeiras).

Sempre fui danada quando pequena, ao contrário do meu irmão, este sempre tinha que me defender nas brigas rsrsrs. Meus vizinhos, porteiros e amigos, éramos todos uma grande família.
Já fomos fabricantes/vendedores de batida de fruta e de perfume e os vizinhos do Calcos eram os clientes VIPS!!!!!!!kkkkkkkkk

Devia ter uns 13 anos quando chego de ambulância no prédio, depois de longos dias no hospital... Saio de maca, ainda operada e o porteiro Carlos, sempre amigo e solicito, veio ajudar para subir dois andares, pois a maca não cabia no elevador. Enfim, estava de volta ao Calcos ... Estava em casa e com os meus.

Com a distrofia, mudanças são frequentes e tive que reaprender a andar duas vezes, e lembro que o prédio que moro até hoje sempre se fez presente nesse enredo.Não consegui mais subir escadas, passei para a muleta e anos depois para a cadeira de rodas e cada vez mais dependente do único elevador do prédio, o que tornou-se um problema.

Ah, não posso esquecer dos porteiros novos, Silvio, Léo e Irmão, sempre a postos a ajudar quando chego da fisioterapia, trabalho ou das baladinhas com os amigos.

Agora, deparo-me com uma nova mudança, claro que planejada e ansiosamente esperada, devido às dificuldades físicas que hoje enfrento, sendo que desta vez não fará mais parte do enredo o Calcos, onde fui tão feliz. Mudarei de prédio, de vizinhos e de porteiros, é... Continuarei feliz em outro lugar... Que assim seja.

Sou e serei sempre tão grata à família Calcos, vizinhos amigos, tios e tias, porteiros antigos e os novos.

Com amor,
Luciana, do 204.

terça-feira, 21 de junho de 2016

InPerfeitas: Em tempos de crise, CRIE!

InPerfeitas: Em tempos de crise, CRIE!: Ano complicado: milhões de desempregados, empresas fechando suas portas, recessão, encolhimento nos investimentos.... Ano cheio de revir...

Em tempos de crise, CRIE!


Ano complicado: milhões de desempregados, empresas fechando suas portas, recessão, encolhimento nos investimentos.... Ano cheio de reviravoltas: delação premiada, processo de impeachment, extinção de ministérios, governo provisório falido... E nós? Como ficamos no meio disso tudo? Nossos planos e sonhos?!
Como sabem, sou uma otimista de carteirinha, e não sou de desanimar fácil, mas confesso que passei por dias não tão coloridos, mas estou me esforçando para colorir- los de novo.

Diariamente somos bombardeados por notícias desanimadoras acerca do futuro, mas apesar da especificidade de cada realidade e da ambição/desejo de cada um, não podemos (nem devemos) nos deixar levar por essa maré derrotista. Apesar das inúmeras dificuldades é no momento de crise que o inesperado acontece. Em momentos de dificuldades somos obrigados a repensar nossas atitudes, a reutilizar, a economizar ... e nesse movimento de reavaliação, é que as oportunidades aparecem. Seja um curso que nunca havíamos dado importância, a idéia de abrir um negócio próprio, iniciarmos uma dieta e uma mudança radical nos hábitos alimentares, incluir exercícios, se tornar voluntário em algum projeto social.... Enfim, podemos e devemos abrir o campo das ideias e perspectivas, sair da caixinha da comodidade.


Para essa e tantas outras situações de nossas vidas, o primeiro passo é parar e dar aquela respirada profunda, colocar a massa cinzenta para trabalhar e produzir idéias (se esse momento de divagação puder vir acompanhado de uma panela de brigadeiro.... perfeito né :p).
Mas falando sério, pegar um pedaço de papel e usar uma técnica chamada de Brainstorm (http://www.significados.com.br/brainstorming/), escrever no topo o problema/plano/sonho (dificuldade de encontrar um emprego, entrar na faculdade, ganhar dinheiro para comprar/pagar algo .... são muitos eu sei, mas nada de deixar o desânimo te dominar) e no corpo da folha de papel ir listando as possibilidades de resolve-lo, buscar alternativas e idéias. Isso pode auxiliar a enxergar o problema na real dimensão dele, tirar do MACRO e trazer para o mundo real. nos permitindo encontrar alternativas que até então não conseguimos perceber. Eu comecei a ganhar o meu dinheirinho dando aulas particulares, depois passei a fazer bijuterias, bonecas de lã e apesar de ser pouquinho, eu tinha a sensação maravilhosa de "independência" de poder comprar minhas coisas e planejar outras mais.

Atualmente estou sem trabalho, mas como não consigo ficar parada em casa eu parti para o mundo dos doces. Comprei um curso de bolo no pote na internet, gostei, depois comprei outro curso, de cupcakes, e comecei a testar as receitas no início deste ano para ver se realmente tinham saída. No começo passei por alguns perrengues para produzir os bolinhos, pois a pessoa que me ajudava não estava muito afim de fazer, daí eu ficava sem ter como fazer. Agora as coisas parecem que estão caminhando bem, encontrei uma outra pessoa para me ajudar, tenho conseguido vender direitinho, os bolinhos tem conquistado compradores fiéis e já não sofro tanto para pagar a ajudante kkkkkkkkk Meu irmão, criou a minha logomarca, meus bolinhos são chiques tá kkkkk É muito legal poder trabalhar com algo seu, ver e fazer crescer do seu jeitinho. Escolhi os bolinhos e cupcakes, por adorar cozinhar, apesar de não poder fazer minhas gororobas tanto quanto gostaria (minha cozinha e minha distrofia teimam em querer limitar minhas vontades, mas coitadinhas delas que não conseguem e vou assim mesmo kkkkkk) e quando vou pra cozinha faço muita coisa boa, sem falsa modéstia. Falo que eu "uso" as mãos de outra pessoa para poder transformar meus pensamentos gordos kkkkkkkkk.

Já compartilhei de vários links de cursos, instituições e sempre que posso trago essa temática a tona pois sei o quão difícil é o processo de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Vejo muito potencial, pessoas interessantes e inteligentes que são menosprezadas por possuírem algum tipo de limitação, como se no UNIVERSO só existissem pessoas perfeitas que possuem de TODAS as habilidades e capacidades. Buscar orientação, usar os canais e ferramentas que dispomos (amigos, vizinhos, familiares, internet...) para tentar tornar as nossos sonhos mais possíveis. Sei que nem tudo pode ser realizado, mas nem por isso devemos deixar de tentar. Para aqueles que como eu gostam de cozinhar, o youtube dispõe de vários canais de culinária que dão receitas simples e que podem rendem uma graninha extra. Tem também vários cursos de artesanato, tem o Pinterest cheio de dicas sobre tudo.

Não se deixem desanimar, levantem a cabeça, tenham orgulho de onde conseguiram chegar e não deixem de desejar, de querer ir além. Porque cedo ou tarde vamos chegar, nem que seja numa fotografia :p Somos abençoados e possuímos um potencial sem limites, basta acreditar e querer!

Um beijo grande e inté mais!
=)