sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Quem canta seus males espanta!!

Quero falar de algo que pra mim é tão essencial quanto a água: a Música. Nos momentos em que estou triste ou nos picos de alegria, sempre tem algum refrão ou ritmo embalando meus pensamentos. Às vezes, do nada, me pego cantarolando algo antigo, viajo no som ou me vêm à mente uma lembrança de bons momentos...   

Vivo cercada por ela. Em casa, antes de dormir, enquanto escrevo meus posts, no meu percurso para o trabalho ... enfim não fico muito tempo no silencio absoluto. Meus amigos sabem disso e alguns deles também tem essa minha mania. Com os meus amigos de infância eu curti muito, teve época em que fazíamos rodinha de violão, e ficávamos cantando até tarde na pracinha do condomínio. Durante a semana pesquisávamos cifras para os meninos tocarem nos fins de semana. E no grupo tinha uma voz que se destacava das demais (não era a minha com certeza kkkkkkkk eu só curtia a farra mesmo), a nossa “The Voice” era a Daysoca. Essa danada me fez chorar 2x kkkkkkkkk me emocionei quando a vi cantar e até hoje ela tira sarro de mim. Quem mandou eu ser manteiga derretida ;)
 
No trabalho, eu convivo com uma equipe musical composta por 3 lindas vozes (além da minha né kkkkkkkkkkkk). Minha coordenadora, a Zezé, tem uma voz linda e as vezes dá uma palhinha pra gente. Ela arrasa, mandou super bem cantando “Minha pequena EVA”. Também tenho uma “vizinha de pc” que canta e encanta, a Ana Paula. Ela é o que posso chamar de “salada musical” de tudo sai kkkkkkk. Ela canta de Clara Nunes a Anitta, sem falar no repertorio infantil que ela teve de aprender e nos “presenteia” todas as manhãs (ela vai me matar por isso kkkkkkkkkkk). A Fafá ao que parece é a mais ajuizada da turma kkkkkk ela deixa tocando baixinho no computador músicas de qualidade. Acho que na tentativa de acabar com o baile funk que eu e a Ana Paula tanto cantamos kkkkkkkkkkkk

Fiz uma pequena busca na net e descobri algumas coisinhas sobre os benefícios e sensações que a música provoca no nosso corpo. O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro, de acordo com estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience. A dopamina é uma substância química da molécula do "sistema de recompensa", que serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou que desempenha um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). E apesar da música não ser uma necessidade básica (não é vital como se alimentar), percebeu-se que ela desperta sensações de prazer no corpo, como arrepios, calafrios, sinais de alegria e entre outros. Quanto aos benefícios para o ser humano, a lista é enorme e toca em vários aspectos, O médico polonês Andrzes Janicki, especializado em musicoterapia, após realizar muitas experiências nesse campo, concluiu também positivamente a respeito da influência da música no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), nas funções de numerosos órgãos internos, na função psíquica e na memória. Tais influências se revelam diretamente nos seguintes aspectos:
  • ·         Ritmo cardíaco;
  • ·         Pressão arterial;
  • ·         Secreção do suco gástrico;
  • ·         Tonicidade muscular;
  • ·         Equilíbrio térmico;
  • ·         Metabolismo geral;
  • ·         Volume do sangue;
  • ·         Redução do impacto dos estímulos sensoriais;
  • ·         Funcionamento das glândulas sudoríparas;
  • ·         Redução da sugestionabilidade e do medo.
A música tem um poder gigante (pelo menos comigo kkk). Me inspira e me dá gás, até quando estou na fase “mexicana” a música me ajuda a extravasar tuuuuudo, me deixando linda, leve e solta pra tocar o dia. Por isso deixo no play list do meu ipod um repertório bem variado, que toca de tudo, da Adele ao Monobloco kkkkkkkkkkkk. Quando digo que meu repertório é variado, eu não estou brincando não, tenho mantras indianos, frequências para meditação, sertanejo, surf music, rock, pop rock, mpb, axé, reggae, e sou V.I.C.I.A.D.A em música eletrônica. Fico que nem louca me remexendo e balançando a cabeça. . Faço uso dessa terapia quase sempre, e posso afirmar que me ajuda muito, pois além de me animar me deixa mais preparada para encarar com mais disposição os desafios (eu meio que crio trilhas sonoras para começar o dia kkkkkkkkkkk).

Mesmo que o cenário da nossa vida não esteja paradisíaco como as ilhas da polinésia francesa, uma boa trilha sonora pode dar um upgrade no que até então era cinza, e trazer um brilho e colorido diferente. Montem a play list de vocês e aumentem o volume, deixem que todos os sentidos sejam despertados e que seu corpo receba uma overdose de dopamina kkkkkkkkkkkkkkkkkkk (essa pesquisa me deixou mais NERD KKKKKKKKKKKK). E como falei do meus gostos, vou deixar uns links de algumas músicas que ouço e curto ok. E adorarei receber dicas de vocês também!
Beijos e inté mais
=)

Links:







quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sou gay, tenho deficiência e agora?


Estamos vivendo momentos de reflexões profundas sociais, essa convivência com a diversidade humana, as alterações do modelo familiar, tudo vem contribuir para que haja estranheza da parte dos conservadores. Por outro lado temos que ter em mente que atravessamos de um século para outro com uma velocidade relâmpago, sociedade moderna com pessoas vivendo no século 19, aonde tudo era feio, proibido e pecado, é compreensível.




Em si a homossexualidade já traz toda uma bagagem de negações, de mazelas a ponto de existir grupos de exterminação deste público devido a sua orientação sexual, agora imagine se esta mesma pessoa tem uma preferência sexual que foge aos padrões do que é “correto” e ainda tem deficiência? É constrangedor a forma como é tratado este ser humano, no quanto de olhares de ironia, sarcasmo e intolerância social que enfrentará somente por querer viver a própria vida.

Normalmente já temos problemas com nossa sexualidade em ser heteros, ter deficiência, ter desejos e tesão por alguém, já somos marginalizados, porque o conceito social de que somos assexuados é absurdo, nossa beleza sempre é questionada, haja visto que fugimos de todos os protótipos enfiados goela abaixo por uma mídia que tem necessidade de padronizar tudo para todos ficarem como os homenzinhos azuis a propaganda da TIM.

Bom, se somos assexuados não podemos ter preferência por homem ou mulher para nos relacionar, não podemos abraçar, deitar na cama, se aconchegar no colo, beijar a boca que queremos? Temos que ficar quietos e riscar do nosso DNA toda nossa energia sexual e vital que corre em nossas veias? E porque não podemos ter um relacionamento homo afetivo? Será que a felicidade é para poucos?

Nós, pessoas com deficiência sempre lutamos pelos nossos direitos, por uma inclusão social por inteiro, conseguimos muitas coisas, benefícios para termos uma qualidade de vida melhor e digna, entretanto esquecemos a nossa vida sexual e reprodutiva, a homossexualidade e lesbianidade então, nem se fala, assunto proibido perto da excomunhão... Complicada esta visão social que não temos sexualidade, será que somos considerados anjos ou demônios? Qualquer que seja a visão, não irá importar, pois temos que escolher o nosso caminho e fazer todo o processo de libertação, porém sem esquecer que toda escolha tem conseqüências, que diversas ocasiões envolverão outras vidas, a família sentirá os efeitos.

O livre-arbítrio existe justamente para que a nossa caminhada seja nossa e de mais ninguém, que essa construção da independência seja individual, contudo sem esquecer que a felicidade existe desde que poucas pessoas se machuquem diante desta metodologia de aceitação do ser sexual, independente do caminho a ser seguido.

Em várias ocasiões me peguei perguntando, como seria se minha orientação sexual fosse diferente das regras sociais? Com a família que tenho, com as filhas que criei, os amigos em tese não vejo grandes alterações, haja vista que a grande maioria são militantes de Direitos Humanos, porém acredito que no pessoal teria um paredão para escalar, seriam longas exposições de sentimentos, diversas catarses, até chegar a um denominador comum de aceitação da minha escolha.

Por mais que todos falem que é normal, que não vê problemas, porque a vida e as escolhas são individuais, no fundo causa constrangimento ver duas pessoas do mesmo sexo se amando, devido a toda criação que temos em acreditar que o certo é homem e mulher, misturando religiões, escrituras sagradas, embora na antiguidade era natural a iniciação sexual dos meninos serem com outros homens adultos, assim também nas “reuniões” ter relações homossexuais.

Antigamente os conceitos éticos e morais eram mais flexíveis, mais tolerantes, principalmente tratando-se na questão da sexualidade das pessoas que não tinham deficiência, enquanto em nosso caso éramos jogados de abismos por serem tratados como monstros, com espíritos malignos... rsrs... creio que estamos melhores agora, na monstruosidade ninguém mais acredita, porém não querem ver pessoas com deficiência pelas ruas trabalhando, passeando, namorando, se curtindo, vide a falta de acessibilidade que encontramos no dia a dia em nossas cidades, em nossos locais de trabalho, motéis, etc...

Preconceito, falta de compreensão, negação dos direitos alheios, julgamento das escolhas, alienação do que é certo, errado, moral e ética... enfim, é dessa forma que atualmente vimos os assuntos sérios serem tratados, abordados erroneamente incentivando todo tipo de discriminação, causando um apartheid cruel em nosso segmento, sonegando informações, orientações para que esta pessoa possa decidir-se mais facilmente qual o melhor caminho a tomar para que alcance sua realização pessoal.

 O amor não tem sexo, preferência de companhia, somente quer estar junto e completar-se, a deficiência, a sexualidade, a homossexualidade, a lesbianidade, a heterossexualidade, enfim não importa, na real o que é importante é a pessoa ser feliz do jeito que escolher e trouxer a realização pessoal, emocional e psicológico.


  Pode ser normal um casal homo afetivo, mas não é comum ver o mesmo casal com deficiência, devido a caminhada de reconhecimento que estamos iniciando de um direito primário que é usufruir o sexo e constituir família, até de andar de mãos dadas pelas ruas sem causar estranheza ou espanto da sociedade. A deficiência faz que a vida seja vista de forma diferente por nós, sentimos tudo de forma única, tentamos nos livrar do peso do errado e o pecado, porém quem está a volta insiste em nos deixar este peso em nossos ombros, com o intuito de frear a nossa libido, as nossas gestações de vidas e de pensamentos, nos dando uma imobilidade que não nos pertence, subjugando-nos a nossa capacidade em ser felizes.


  Ainda temos muito trabalho para fazer, orientar, incentivar essa galera que necessita em amar e com o coração explodindo de paixão e carência, sendo assim vamos amar, tocar, sentir, beijar, fazer amor com responsabilidades, lembrando que temos as DSTs por ai nos assombrando...


Até nosso próximo encontro!!!


           




* Márcia Gori é bacharel em Direito-UNORP, Presidente-fundadora da Ong “ESSAS MULHERES”, Idealizadora da Assessoria de Direitos Humanos - ADH Orientação e Capacitação LTDA, Ex-presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência - CEAPcD/SP 2007/2009, ex - apresentadora do Programa Diversidade Atual no canal 30-RPTV, ex-Conselheira Estadual do CEAPcD/SP 2009/2011, ex-Presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto/SP 2009/2012, membro do CAD - Clube Amigos dos Deficientes de São José do Rio Preto/SP. Idealizadora do I Simpósio sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência do NIS – Núcleo de Inclusão Social da UNORP, Seminário sobre Sexualidade da Pessoa com Deficiência na REATECH 2010/2011/2012/2013, co-realizadora do I Encontro Nacional de Políticas Públicas para Mulheres com Deficiência em 2012, capacitadora e palestrante sobre Sexualidade, Deficiência e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência, modelo fotográfico da Agência Kica de Castro Fotografias.


Blog/site: www.marciagori.net


VAMOS FALAR DE SEXUALIDADE E DEFICIÊNCIA???
CELS: (17) 8816-9552 (OI) / (17) 8131-2215 (TIM) / NEXTEL: (17) 7811-3520 ID: 12*336919





domingo, 25 de agosto de 2013

Sexo ninguém nasce sabendo - inclusive cadeirantes

O maior problema quando de fala de sexo, ainda é a desinformação e a falta de conhecimento com o próprio corpo. Sim, apesar de tantos debates, de tanta "informação" em canais de tv, mídia e muito mais, ainda é um tabu, ainda mais quando tratamos de sexo entre cadeirantes, ou cadeirantes e andantes e etc.

A desinformação e a falta de conhecimento do próprio corpo é realmente algo que dificulta muito na relação sexual. Se não sei como reajo ao estímulo sexual, quais partes de mim são mais sensíveis ao toque, como poderei tirar maior prazer de mim mesmo e de um parceiro? Busque orientação especializada! Em algum momento, na sua intimidade, vasculhe seu corpo, observe-se no espelho, compare os pontos de seu corpo que mais lhe provocam sensações prazerosas. Para ensinar um parceiro a lhe dar satisfação, é necessário que você o ensine. Não há vergonha alguma em aprender. 

Se você inicia um envolvimento sexual ansiando logo pelo prazer final, há uma grande probabilidade de haver, cedo ou tarde, alguma forma de frustração, sua ou de seu parceiro. A rotina impera! O objetivo passa a ser o fim, e não o meio. No sexo, as coisas não funcionam assim. O orgasmo é o coroamento de um relacionamento sexual, muito desejado, necessário, mas não indispensável em todos os momentos. Por vezes, experimente gratificar seu parceiro, dar-lhe boas sensações, prorrogar ao máximo o clímax dele. Deixe passar essa vez, adie para o próximo encontro. É, sem dúvida, um tempero importante para resgatar o desejo em um casal. 

Em relados de vários cadeirantes homens, podemos perceber que a grande preocupação é se realmente conseguirá fornecer prazer a mulher  através do ato sexual em si, se chegará a ereção, pois em alguns casos pode não existir. Acontece que o prazer não é dependente da ereção. Para os homens, é difícil entender isso, pois eles ligam muito o prazer à ereção e à ejaculação. E tem a falsa impressão que só é possível dar prazer a uma mulher se a ereção ocorrer. A verdade é que prazer é muito mais do que isso. Por isso é importante que as coisas aconteçam da forma mais normal possível.

Já em se tratando de nós mulheres, e principalmente as cadeirantes, elas acreditam que precisam fazer posições malabarísticas e que isso realmente é o que importa,  isso não passa de uma bobagem, pois o momento, o clima, vale muito mais, não importa se você não consegue essa, ou aquela posição, você possui atributos muitos mais valiosos que uma simples posição sexual. O cheiro, o toque, o olhar, isso é muito mais sexy e sedutor. Ahh e não podemos esquecer também das neuras "normais" de toda mulher: celulites, estrias, gordurinhas...kkkkkk. Sim, meninas, todas pensamos nisso, e pode acreditar, que o homem nem repara nisso. Portanto, aproveite o momento, se conheça, converse, isso tornará tudo muito mais fácil e prazeroso.

Como o título diz - sexo ninguém nasce sabendo - portanto aprenda vivenciando cada momento, pois as ações tomadas devem estar em busca de um prazer maior, dando vasão ao um sentimento desejado.
Até a próxima! Beijos

sábado, 24 de agosto de 2013

Velocidade Máxima mode on

Hoje eu venho dividir com vocês uma importante descoberta. Nunca antes na história deste país se avançou tanto neste campo de estudos e pesquisas (abusando TOTAL do jargão do nosso ex presidente kkkkkkkk). Enfim vão poder nos entender melhor e para tanto analisei cobaias humanas (eu, a Lú e a Dé nos auto avaliamos e constatamos que desenvolvemos todos os sintomas) e quando digo NÓS, estou me referindo a um número significativo de mulheres (ainda não ouvi os meninos, por isso se pronunciem POR FAVOR!), cadeirantes ou não, mas que "sofrem deste transtorno": A Síndrome Velocidade Máxima.

Calma, calma, calma pessoal, tudo isso não passa de uma brincadeira minha para falar da ansiedade que temos em fazer/realizar algo e na urgência de ver as coisas prontas. Costumo dizer que eu e as meninas (a Lú e a Dé) fomos programadas na velocidade 5 kkkkkkkkkk e as vezes parece que o mundo gira em marcha lenta. Cheguei a pensar que esse sentimento de impotência diante das situações se davam pelo fato de nós, mulheres cadeirantes, sermos conduzidas na cadeira de rodas. Meio louco isso né kkkkkkkkk, mas como eu não conduzo minha cadeira, e até mesmo as meninas que o fazem, ainda não conseguem realizar tudo o que desejam no tempo que pensamos. Com o tempo vi que isso independe da nossa posição (eretas ou sentadas, condutoras ou conduzidas), e que aquela máxima é real: “TUDO TEM O SEU TEMPO CERTO PARA ACONTECER.”
Esse meu pensamento vem de uma sensação de “impotência” que muitas vezes surge quando eu quero fazer algo, e vejo que as coisas não são tão difíceis ou complicadas como alguns pensam e veem. Basta apenas olhar com outra perspectiva, ter mais sensibilidade e saber diferenciar “O que nos compete daquilo que foge da nossa alçada.” Conseguindo fazer isso, deixamos de nos preocupar com o que não temos controle, e passamos a ter uma postura mais objetiva e focada no que realmente importa. Não perder tempo se lamentando, praguejando ou deixando de viver. A ansiedade “ataca” em tudo kkkkkkkk nos afazeres diários, na escolha de uma roupa pra sair e até nas paqueras. Isso mesmo amigas e amigos, no processo da paquera essa síndrome vem com tudo. Aquele joguinho chato e demorado que não acho nada instigante (me desculpem a franqueza, mas quando estou afim de algo ou de alguém eu não fico enrolando não, falo logo o que sinto) muito pelo contrário, isso me “brocha” kkkkkkkkkkkkkkkk perco logo o interesse. Lógico que o climinha de paquera e sedução são importantes, mas prolonga-los tipo, tempo regulamentar, prorrogação e cobrança de pênaltis não né!!! Pra tudo tem um limite kkkkkkkkkkkkkkkkkk e com certeza essa enrolação toda só faz machucar, e sinceridade pra mim não agride muito pelo contrário ela liberta!

Parece que estou muito à frente do nosso tempo, pois gosto de tomar atitudes e de resolver minhas coisas mas não é, simplesmente não tenho medo de enfrentar, quero aprender e viver. Não chego a ser feminista e afirmar que não preciso de ninguém, lógico que preciso e A.D.O.R.O ser paparicada mas gosto de ATITUDE (independentemente de ser na paquera ou no dia a dia), dos problemas e das limitações que a vida nos impõe já estou careca de saber kkkkkkk Como solucioná-los é o que queremos saber! Procuramos válvulas de escape, música, nos afundamos nos doces e demais besteiras, só não podemos nos isolar nem esmorecer, afinal problemas todos nós temos o que realmente importa é a maneira que o encaramos. Eu uso a Chocolaterapia e a Músicoterapia kkkkkkkk faço isso pois minha ansiedade é moderada, não chega a me causar nenhum problema grave. Todo excesso de preocupação, de nervosismo por algo que ainda não aconteceu, não é saudável!!

Então quando os primeiros sinais da Síndrome Velocidade Máxima surgirem, não se desesperem kkkkkkkkkkkkk respirem fundo, escolha uma música boa pra descarregar todas as tensões e prepare um brigadeiro!!! Caso isso não resolva, ligue pra uma amiga e conte o mais novo capítulo da sua novela mexicana kkkkkkkkkkkkkkkkkk garanto que no final você já estará rindo alto de tudo!!


Beijões e inté mais


=)













terça-feira, 20 de agosto de 2013

Editorial sobre Rodas Guilherme e Luciana


Nossa que empolgação e prazer de entrar para esse blog tão imperfeitamente perfeito!

Oii gente, meu nome é Patricia Brito, sou Designer de Moda, trabalho com criação, produção de moda, e agora personal stylist de vocês, claro ;).

Fui convidada para  dar um help pra vocês sobre como se vestir, em que ocasião colocar tal roupa, acessórios, sapatos; enfim, dúvidas em geral em relação ao seu look.

Vou amar estar aqui com vocês, e agradeço desde já o convite feito por essas meninas “maras”.

Minha participação não sei ao fato se vai ser semanal, quinzenal, mensal... vai depender de vcs, das perguntas, dúvidas, questões sobre looks, tudo sobre moda.

Quero dizer que pra mim vai ser um grande aprendizado participar deste blog, vou adorar aprender sempre algo a mais, pois esse segmento é muito interessante …; claro ,que com vocês participando, me ajudando, pois vão ter respostas que eu vou precisar do help de vocês, precisar saber a maneira mais ergonômica que se adaptam, o estilo , ocasião do look usado, a parte do corpo que mais gosta, enfim “n”coisas que juntas esclareceremos as questões.

A seguir, produzimos um mini Editorial, onde há looks que podem ser usados dia e noite. Observando, que cada um tem o seu próprio estilo e corpo físico diferentes, ou seja, nem tudo que fica bom em um irá ficar em outra pessoa, ou vice versa, ok ;)

Obs. Isso é só um exemplo pra vocês terem uma idéia de como podemos trabalhar juntas, mandando fotos de looks ou questões com dúvidas sobre moda em geral.




                                                             Estilo Esportivo.



                                                               

O Gui tem um tipo físico Atleta e de estatura alta, tem que apostar em roupas esportivas e listras horizontais, como na foto abaixo.





  




A Lu adora a sua Tatoo no ombro, então tentei disfaçar o ombro ( pois ela tem ombro mais largo que o quadril), mas ao mesmo tempo valorizar a sua tattoo fazendo parecer esse vestido como um vestido de um ombro só, onde o foco vai todo para a tattoo. Além disso, abusei de cores escuras principalmente na parte de cima. Esse look arrasa a noite!


Outro look seria um casual, onde ela usa um vestido com cava Americana e com volume na parte de baixo, acinturando com um cinto. Arrasou!!!




Se vocês tiverem mais dúvidas sobre um look ou quiserem sugestões para criar uma produção de arrasar, mandem email para as InPerfeitas que juntas nós resolvemos as suas dúvidas. Bjks ;)

                                          Pulkra Silva e Eu (Patrícia Brito), com Guilherme e Luciana.


                                               O fotógrafo Marcelo Lopes, com  Guilherme e Luciana.
Fotos Editorial sobre Rodas
Fotógrafo: Marcelo Lopes
Stúdio: MjlaClick Fotografias
Modelos: Guilherme Carcavilla e Luciana Marques.
Agradecimentos: 2Primas, Malakoff, Marcela Aureliano e Pulkra Silva .
Link das fotos Luciana e Guilherme
Link das Fotos Guilherme
Link das Fotos Luciana Marques

domingo, 18 de agosto de 2013

Dicas para o dia a dia de um cadeirante

Olá pessoal, hoje venho apresentar a todos, mais um colaborador do nosso blog: Alessandro Fernandes, ele tem um blog muito bom o Blog do Cadeirante http://www.blogdocadeirante.com.br, não deixem de conferir, lá tem ótimas dicas. E uma vez por mês ele estará nos trazendo uma matéria diferente. 

Dirigindo seu carro
"Combinei com as meninas de trocar posts em nossos blogs, e hoje venho aqui falar sobre o que mais entendo: dicas para melhorar o dia a dia, e consequentemente, a qualidade de vida de um cadeirante. Esse é um dos principais objetivos do meu blog, ajudar os cadeirantes a lidar com os desafios do dia a dia e ser cada vez mais independente.
O dia a dia de um cadeirante não é fácil. Começa, literalmente, ao levantar. Levantar da cama sem ter todos os músculos para ajudar pode se tornar uma tarefa complicada. No Hospital Sarah, a gente aprende a rolar na cama e levantar usando os músculos que funcionam, mas eu descobri um pequeno detalhe que ajuda mais: colchão com pillow top. É aquela camada de espuma por cima do colchão, que deixa uma pequena aba na lateral.
Segurando esta aba, levantar fica mais fácil. Aí vem mais um desafio: vestir roupa. Tem gente que prefere se vestir deitado, acham mais fácil, mas eu prefiro sentado na cadeira. A técnica que uso para vestir calça é puxar a calça até o meio da coxa, me apoiar nos para lamas da cadeira e, segurando a calça com os dedões, “pulo” dentro da calça. Depois, para acertar, enfio a mão pelas costas e puxo a calça até acertar. Uma dica que dou é preferir calças de tecido escorregadio, como nylon e aqueles de calças sociais. Eu uso calça social todo dia para trabalhar, ela facilita entrar e deslizar o corpo.
Vestido e pronto pra luta, vem o que considero um dos principais desafios: locomoção. Ônibus? Táxi? Carona? Carro próprio? Eu sempre recomendo a última opção. Carro próprio te dá liberdade, independência.E com as isenções que temos direito, fica mais fácil adquirir um veículo e adaptar. E acho o trânsito um dos locais mais inclusivos que existem, todo mundo ali está sentado, fazendo a mesma coisa, com os mesmos direitos.
Aí me dizem: “não trabalho, não tenho grana para comprar carro que faço para sair de casa todo dia?” Transporte público, ou então se o pai ou a mãe puder te levar, eles podem comprar um carro com isenção do mesmo jeito, mesmo só para te levar, pois agora deficiente não condutor tem isenção total de impostos. Ok, ainda tá difícil? Não tem uma linha de ônibus adaptado perto da sua casa? Peça na prefeitura. Justifique, brigue, corra atrás.
Trabalhando
Mas sair de casa todo dia pra que? Estudar ou trabalhar ué. Cadeirante tem sim que estudar, se aprimorar, e trabalhar. A não ser que seja milionário.  Se não for, o caminho é o mesmo de todo mundo, ralar e conquistar um lugar no mercado de trabalho, na sociedade. Ainda está difícil sair de casa para estudar? EAD, ou Ensino à Distância. Aí não precisa sair de casa para estudar. Há ótimas faculdades a distância por aí.
E para conseguir emprego, tá difícil? Sim, é muito difícil, principalmente em empresas privadas. A maior parte das vagas que as empresas reservam para deficiente é de baixa qualificação e complexidade. A dica que dou, então, é concurso público. Entre num curso preparatório, estude, e busque sua vaga. Infelizmente, é a melhor opção para um deficiente conseguir um bom emprego e ser respeitado como igual. Tem muito deficiente que recebe aposentadoria por invalidez e acha que não vale a pena correr atrás de emprego, pois vai se desgastar e não vale a pena. A verdade é que, correndo atrás de emprego, é possível conseguir receber duas, três, quatro ou mais vezes o que o INSS paga. E com isso melhorar sua qualidade de vida.

Com sua esposa em momento de lazer
Ao final de um dia de trabalho, ou no fim de semana, hora de relaxar, sair com os amigos ou com a namorada. Fácil? Também não. Nesse quesito sugiro sempre o planejamento. Procure informações sobre o lugar, se tem estacionamento perto, se tem acesso para cadeira de rodas, se tem banheiro adaptado, se a mesa é adequada para cadeira de rodas. O ideal é ligar para o lugar escolhido e confirmar todas estas informações antes de sair de casa, para não passar raiva.


No fim das contas, a dica mais importante é: corra atrás. Não fique parado, não se deixe vencer pela deficiência. Não tenha vergonha de sair na rua, de dar a cara a tapa. É perfeitamente possível ser feliz em uma cadeira de rodas, muito mais do que muita gente que anda. É só correr atrás. Ou, no nosso caso, rodar."
Espero que tenham gostado. Até a próxima! Beijos

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Superproteção




Alguns questionamentos:
Vivemos numa bolha?
Ou querem nos colocar numa bolha??
Família e amigos seriam os vilões de nossa independência ??


No dicionário a palavra superproteção é definida como Ação ou resultado de superproteger. Bem, eu imagino que muitos de vocês já passaram ou ainda passam por isso. É comum alguns familiares, amigos serem superprotetores quando o assunto é deficiência X independência. Por que independência? Porque quando queremos ser independentes mesmo com alguma deficiência sempre aparece alguém com um medo maior do que aquele que nós temos. Quantas vezes você quis ir sozinha ao shopping, ou ao seu trabalho, ou a sua universidade e não te deixaram ir com medo de alguém te sequestrar ou te roubar...ou até mesmo de você ter um piripaque no meio da rua??? Imagina que só pelo fato de você estar na cadeira de rodas, muletas, etc, você será vulnerável a essas situações ruins. Isso é prejudicial, não só pelo fato de atrapalhar e aumentar nossas barreiras limitantes, como também afeta psicologicamente e ativamente a vida do ente querido que tem esse medo.

O medo paralisa de uma forma, que se você acredita nele, não faz mais nada. Não sai de casa, não avança como ser humano. Precisamos sim aprender com as situações ruins diárias e nossos pais/amigos impedindo que isso aconteça não nos ajuda, só nos prejudica.
Um dos exemplos disso, foi uma vez que sai sozinha de carro (coisa que meus pais tem muito medo, não pelo fato de estar dirigindo e sim que se acontece algo, eu estaria sozinha para resolver) e um carro bateu no meu. Pronto! Logo na minha cabeça veio a imagem dos meus pais reclamando porque eu sai sozinha...etc... E como eu resolveria aquilo sozinha?? Sem eles?? Pois é... O medo deles passou para mim.. Mas consegui resolver, porque quem tem boca vai à Roma, não é mesmo???... Conclusão dessa história é que: se o outro motorista quisesse fugir ou me fazer algo ruim ele teria feito, eu sozinha ou não. É tão bom quando você consegue resolver algo sozinha... Quando você vence seu medo. Que delícia é viver!

domingo, 11 de agosto de 2013

Vídeo - Sessão de fisioterapia

Já tem algum tempo que o pessoal me pede para mostrar uma sessão de fisioterapia. Enfim, gravei um vídeo da minha sessão para vocês. Lembrando a todos que eu tenho Distrofia Muscular Facio Escapulo Humeral. E que esse vídeo é apenas uma demonstração. Para iniciar uma atividade, devem procurar seu médico e um fisioterapeuta, pois para cada patologia existem tipos determinados de exercícios. E para distrofia também existem graus diferentes de dificuldade. 




Agradeço aqui a Liliam Hermini pela contribuição para a gravação do vídeo.
Espero que gostem. Até a próxima! Beijos

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Trasferência cadeira-carro/ carro-cadeira

Há algum tempo venho pensando em uma maneira de facilitar minha transferência da cadeira para o carro e vice- versa. Antes, eu levantava da cadeira, ficava de pé e sentava no carro. Mas algumas vezes eu não conseguia isso, devido a vários motivos, como por exemplo, o piso irregular, estacionamentos inclinados, em geral tudo que tirasse minha estabilidade me prejudicava na hora de levantar e passar para o carro. Da mesma forma, se o carro fosse muito baixo, ou muito alto, eu teria dificuldades para levantar ou para entrar... Então precisava urgentemente de um help! De algo que me ajudasse a continuar com independência... Continuar a sair com amigos, principalmente minhas amigas fraquinhas, que não comem cuscuz...kkkk brincadeira... Mas conseguir fazer as coisas sozinha me faz muito feliz, não que eu não goste de pedir ajuda e ser ajudada... Não é isso...Definitivamente! Então, lembrei de um amigo meu o Higho Andrade, na época que estudávamos juntos na faculdade ele usava uma tábua para fazer esse tipo de transferência. Eu pedi esse help a ele... E ele se prontificou a ajudar. É um cara do bem e participa desse vídeo fazendo a demonstração para mim e para vocês... Espero que gostem!!!
 
 
Dimensões da tábua de transferência
 
Beijos e até mais!!!!
 
 

domingo, 4 de agosto de 2013

Meditação!

Sempre procuramos temas para poder contribuir com algo positivo e que de alguma forma possa fazer com que todos reflitam. Todos vivemos em busca da felicidade e de uma qualidade de vida melhor. 
ansiedade e o estresse, fazem parte da vida de todos os seres humanos, maior ainda quando falamos em pessoas com limitações físicas as quais precisam se adaptar a novos meios de vida e aceitação. Além disso, também vivemos em um mundo onde precisamos planejar, executar, e isso pode tornar ainda mais estressante o dia a dia. Pensando sobre isso, resolvi falar um pouco sobre MEDITAÇÃO. A meditação e o controle da mente pode ajudar a diminuir a ansiedade e muito mais.   

O que é meditação?

A meditação é um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamento. É fácil se observar que nossas mentes encontram-se continuamente pensando no passado (memórias) e no futuro (expectativas). Com a devida atenção, é possível diminuir a velocidade dos pensamentos, para se observar um silêncio mental em que o momento presente é vivenciado. Através da meditação, é possível separar os pensamentos da parte de nossa consciência que realiza a percepção.
Quem medita tem as defesas do organismo ampliadas e consegue lidar melhor com o estresse, concluiu um estudo realizado na Universidade da Califórnia, EUA.

Quais são os principais benefícios da meditação para a saúde?

Dentre as vantagens que surgem da prática regular da técnica destacam-se:
  • redução do estresse e ansiedade
  • aumento de satisfação e melhor desempenho no
  • ambiente de trabalho;
  • diminuição da insônia e depressão;
  • aumento de bem-estar e autoestima;
  • estímulo da criatividade, inteligência e memória;
  • fortalecimento do sistema nervoso e imunológico;
  • redução da pressão arterial e de dores de cabeça;
  • diminuição do consumo do tabaco, do álcool e de drogas ilícitas.
Como meditar?

Concentre-se na respiração, nas batidas do coração ou na pulsação do corpo. Sente-se na posição que se sentir mais confortável e que melhor lhe agradar. Feche os olhos e focalize o fluxo de ar que entra e sai de seus pulmões. Se uma pessoa está ansiosa e agitada, o gesto de inspirar e expirar o ar longamente simboliza expelir o que está incomodando. É a saída do excesso de peso, propiciando um estado de serenidade.
É um exercício ótimo para nos ajudar a lidar com as nossas emoções.


Espero que gostem e lembrem-se que qualquer exercício que traga benefícios para o nosso bem estar é válido. Aproveitem! Espero que tentem, depois me contem que eu quero saber...rsrsrs. Até a próxima! Beijos

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pedro Muriel Bertolini

 

Pedro Muriel Bertolini, um homem gentil, engraçado, amigo, de voz suave, com uma família maravilhosa... Ele tem tudo para ser feliz e já viveu tanta coisa nessa vida que acho até que ele me enganou... Não deve ter a pouca idade que diz ter...rsrs... Tem apenas 26 aninhos...rsrs. É ele quem vocês irão conhecer hoje aqui no blog... uma história linda e emocionante.;)






"Quando eu tinha um aninho minha mãe notou que eu era diferente, pois eu não engatinhava como as outras crianças, ao invés disso, eu arrastava a bundinha no chão e caia de cabeça toda hora.

Minha mãe começou a ficar preocupada e procurou os médicos, mas ninguém sabia o que era aquela doença( só fui saber ao certo com 24 anos). Rodamos o país a procura de um diagnóstico, até que disseram que era uma doença muscular. As notícias não eram boas, os médicos disseram aos meus pais que eu viveria no máximo até os 9 anos, que o melhor era se preparar para o pior. Meus pais ficaram desolados, pois eu só tinha 6 anos na época e ainda andava praticamente normal. Nessa época eu passava praticamente todos os dias no hospital, fazendo e exames e tomando um monte de injeções( eu tenho vontade de chorar quando lembro, mas já passou). Quando fiz 9 anos eu não morri, mas as coisas pioraram bastante... Passei a ficar roxo todos os dias, até que descobriram que minha capacidade respiratória havia piorado muito( tenho 12% da capacidade respiratória) e a médica deu a sentença: esse menino vai ter que dormir sentado, pois ele não consegue mais respirar deitado. Eu simplismente não conseguia mais respirar deitado. Minha mãe e meu pai compraram uma cadeira e começou o pesadelo de ter que passar meses dormindo em uma cadeira, eu simplismente não conseguia dormir direito, era muito desconfortável. Eu apenas rezava para que Deus me tirasse daquele sofrimento. Fui para São Paulo, Brasília e nada, eles só me faziam de cobaia e o sofrimento era insuportável. Eu havia virado um farrapo humano, mas meus pais não desistiram, até que encontraram um médico que disse que havia um aparelho respiratório novo, que talvez pudesse me ajudar a dormir deitado outra vez. O aparelho custava uma fortuna, mas meus pais conseguiram, com muito trabalho, comprar. Parecia um sonho, eu não teria mais que chorar durante as madrugadas e nem sonhar que eu também poderia ser uma criança normal. Apesar de tudo, eu não sabia o motivo, mas eu era feliz. Tudo parecia que estava indo bem, apesar de ainda passar grande parte do tempo no hospital, eu já podia ir à escola, eu tinha 12 anos e estava na sexta série. Tudo ia bem, quando em uma manhã, quando estava saindo de casa para pegar o escolar, eu caí duro no chão, eu tive uma parada respiratória. Havia um hospital a 3 quarteirões da minha casa, o que, segundo o médico salvou a minha vida. Mas tive que mudar para o Felicio Rocho, pois eu estava em coma e a situação não era nada boa. Eu tive uma intoxicação de CO2, o aparelho estava retendo gás carbonico no meu sangue. O médico quando viu meus exames e taxa de CO2 no sangue, não conseguia acreditar que eu estava vivo e mandou refazer os exames. Parecia milagre, mas médicos não acreditam em milagres e logo disse ao meus pais: se preparem, ele vai ter falência de órgãos em breve, melhor preparar as coisas.... Ou Deus já estou chorando, é difícil lembrar dessas coisas... Eu passei um mês na UTI, perdi o ano escolar e parecia que tudo estava perdido... talvez a minha hora havia chegado, estava inconsciente e não sentiria dor alguma... minha família estava firme, eles achavam que eu ainda não deveria ir, e fizeram o impossível para e trazer de volta. Minha mãe rodou o Brasil em busca de uma esperança, um milagre ou uma palavra de conforto, até que descobriu um aparelho novo em São Paulo, um aparelho americano, que prometia resolver o meu problema( é o que eu uso para dormir até hoje). O médico achou que ela tava doida e que iria por minha vida em risco, mas eu já nem tinha vida, aí ele concordou em testar o aparelho lá no hospital( o Dalton deixou a gente testar sem pagar) e deu super certo. Os exames pareciam milagre, tudo ótimo. O médico mandou repetir os exames outra vez e começou a acreditar em milagres, pois era certo que eu estava fazendo hora extra nesse mundo. Saí do hospital e consegui terminar o ensino fundamental, aí mudei de escola, pois havia, por causa da minha condição física, sofrido alguma humilhações. Eu nem sofri muito, pois já tinha sofrido muito bullyng na escola anterior, aí já tinha me acostumado a ser o aleijado. Era muito sofrimento, mas eu tinha a minha família e alguns amigos maravilhosos. Eu era feliz!
 
 
 
 
 
Quando fiz 15 anos minha mãe fez uma festa e gravaram um vídeo falando o tanto que eu era bondoso e alegre. Fiquei feliz, as vezes é bom se sentir querido e respeitado. Fui para a nova escola e a turma era ótima, eu estava no temido e decisvo ensino médio. Tudo parecia ótimo, mas a doença me pegou outra vez e tive que ir para a uti outra vez, havia tido uma narcose por causa de uma medicamento para a respiração. Eu tive que sair da escola, fui piorando e não conseguia mais andar. Tinha 15 anos e tive que ir para a cadeira de rodas, mas tudo bem, eu ainda tinha minha família e era feliz. Passei a estudar muito, lia uns 100 livros por ano. Passei a estudar alemão, espanhol e consegui aprofundar ainda mais no inglês, mas os problemas só aumentavam e tive que estudar em casa e depois ir fazer as provas do supletivo( morro de vergonha de contar isso). Consegui terminar o segundo grau e queria muito fazer uma faculdade.
 

               
 

Nessa época estava me descobrindo e tinha perdido a virgindade com uma menina mais velha( foi ótimo, mas muito contragendor, pois me sentia uma criança). Eu não sei o motivo, mas decidi que iria fazer Relações Internacionais lá na PUC Coração Eucarístico. Planejei tudo: andaria 3 km de cadeira, andaria 14 estações e em 1:10 minutos eu estaria na PUC. Acordava às 5, aí conseguia chegar a tempo para ver as aulas. Também conseguia fazer matérias a tarde, o que facilitou a minha vida. Minha família achou que eu era doido, pois era muito sacrificante e eu logo desistiria, mas consegui formar. A morte da minha vó preferi nem comentar, senão vou soluçar de tanto chorar, foram dias que passei sem sair do quarto... Consegui passar por tudo isso e hoje sou muito feliz, penso que encontrei o meu lugar nesse mundo. Recebi um convite de participar do blog A cadeira Voadora, serão uma série de 4 posts... E estou amando a nova experiência!!