quarta-feira, 17 de abril de 2013

Leni Lima Ferreira: Dançarina, esportista, estudante universitária , filha, esposa e Mãe

Hoje o blog inPerfeitas conta para vocês a história da Leni:



Leni Lima Ferreira, cadeirante, tem 36 anos, casada com Anderson Ferreira, também cadeirante, mãe de João Victor de 12 anos, dançarina do Grupo Fortango sem limites, Jogadora de basquete da Equipe Guerreiras sobre rodas da ADM - Ce e LAMAPA-UFC e universitária do curso Gestão de Marketing... Ufa! Essa mulher faz mais coisas que muita gente por aí que ainda reclama de falta de tempo,kkkkk... Vejam que história massa;)


 "Aos 13 anos cai de uma goiabeira, bati com a cabeça no chão e anos depois comecei a sentir dificuldades pra andar, minhas pernas afinaram e meus braços começaram a entortar. Os médicos diagnosticaram como uma doença neurológica chamada Charcot Marri, a doença não me impediu de viver... Estudava, trabalhava, me casei e fui mãe.

Tive muito apoio da minha família por todo esse tempo, principalmente da minha mãe Lenira. Nesse período meus pais se separaram e ela foi a base de tudo que sou hoje, pois fiz três cirurgia e ela como uma mãe cuidadosa que foi, esteve sempre comigo. 

Há 6 anos sou cadeirante, resisti muito, pois eu tinha uma visão errada do que seria um cadeirante, eu via como uma pessoa inválida e como eu sempre tive uma vida ativa, não queria usar a cadeira de rodas, apesar do meu médico sempre me alertar que seria melhor usá-la pois cansava rápido e não andava longas distâncias.                          




Hoje eu vejo a minha cadeira como uma parceira fiel e amiga rsrsrs, pois com ela eu consegui a minha liberdade, faço tudo que qualquer pessoa faz, trabalho, estudo, danço, jogo basquete em cadeira de rodas,  ( ver fotos acima) e sou dona de casa também... Eu mesma arrumo minha casa, faço minha comida e tudo que qualquer dona de casa faz. Voltei a estudar depois de 10 anos e isso pra mim foi uma grande conquista, não trabalho, sou aposentada e pretendo voltar a trabalhar um dia quando estiver formada. Descobri no esporte muita superação, pois o que treino em quadra e ensaio no salão consigo levar pras ruas ao andar sozinha e vencer todos os dias as dificuldades encontradas e o abuso da sociedade que nos olham como um tropeço... Sofro bem isso nos transportes públicos, pois a maioria dos motoristas nos veem assim quando vão operar o elevador pra subir no ônibus, sofro isso todos os dias quando saio de casa.

Estou no meu segundo casamento, há 4 meses casada, muito feliz e muito amada. Meu esposo, Anderson Ferreira, também é cadeirante e vivemos a mesma realidade. Ele é atleta de basquete também e não temos nenhum problema em sermos cadeirantes, a sociedade é que tem e muitos, não todos, nos olham assim com um olhar preconceituoso, pensam: como eles conseguem??... Sofremos isso  na nossa lua de mel, o hotel não tinha muita acessibilidade e conseguimos ler o pensamento das pessoas quando passávamos, fomos o centro das atenções!!...Principalmente quando subíamos degraus e quando entramos na piscina pra tomar banho, pois eles procuravam com os olhares os donos das cadeiras de rodas que estavam vazias, mais tiramos isso de letra, temos uma cabeça bem aberta em relação a isso. Dificuldades temos, lógico, tem dias que as duas cadeiras ocupam bastante espaço tanto no quarto como a cozinha rsrrs, mas nada melhor do que fazermos disso uma brincadeira, costumo dizer que meu quarto é tão pequeno que só cabe as 2 cadeiras e nada mais, nem o nosso gato entra kkkkkkkk, vivemos como um casal normal, fazemos tudo que qualquer casal... Saímos pra passear no shopping, praia, cinema em qualquer lugar, apesar de não encontrar acessibilidade na cidade, mas nem por isso deixamos de viver, somos felizes e temos muitos amigos no meio do esporte...

Costumo dizer que nasci de novo depois que comecei a usar a cadeira de rodas, e meu papel principal tem sido viver muitas coisas com a cadeira, superar e vencer muitas dificuldades e usar isso para ajudar outras pessoas que vivem a mesma realidade, e isso me deixa muito feliz e realizada como ser humano, pois entendo que não foi em vão e nem a toa que Deus permitiu que eu estivesse assim.
Ainda encontro pessoas que me olham com uma olhar de pena, mas não ligo pra isso, pois sou feliz da maneira que estou e não pretendo voltar a ser como antes porque sou muito bem resolvida sendo cadeirante."

2 comentários:

  1. Linda história Leni. Obrigada por campartilhar conosco aqui no blog.
    Beijos

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    1. cx e uma vencedora parabem vc merece sua histora e muito parecida com a minha e do meu esposo somos cadeirantes tambem beijosss

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