quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Alan Mazzoleni "Somos todos mestres e alunos, cada um com a sua história".

Pelo pouco que conheço do Alan, ele é um cara bastante bem resolvido e alegre!!! Uma alegria que contagia e que faz todos o quererem sempre  por perto. Hoje vocês vão conhecer a sua história, que além de ter muito do tema "superação", traz muito de sua personalidade!!

                                                                        Alan Mazzoleni

“Acredito que somos a soma daquilo que vivemos,
e que tudo é aprendizado.
Somos todos mestres e alunos, cada um com a sua história.''

 
Minha história é igual a muitas outras e recordando minha infância com muita satisfação, lembro que foi muito bem aproveitada entre a única obrigação da época que eram os estudos, adorava andar de bicicleta, jogar futebol na quadra próximo de casa, basquete na tabela que tínhamos na rua, vídeo game, ler gibi, etc .
Ainda jovem e buscando um caminho na vida, adorava praticar esportes, viajar, conhecer lugares e pessoas, sair com amigos, organizava festas e eventos, desenvolvia trabalhos sociais no projeto “Parceiros do Futuro”, em parceria com o Governo do Estado, abrindo escolas para as comunidades durante os finais de semana para o desenvolvimento de atividades culturais, esportivas e saúde. Programa pioneiro que deu origem ao programa “Escola da Família”, também fui diretor de uma ONG que desenvolvia trabalhos educacionais e esportivos com jovens ... Dormia pouco para aproveitar intensamente a vida.

 
                                                     Alan com amigos, antes do acidente.

Aos 26 anos, no dia 20 de setembro de 2004, estava a caminho de casa sentado no banco do carona, , quando num cruzamento outro carro ultrapassou o farol vermelho e acertou o carro em que eu estava, e com impacto meu pescoço chicoteou causando uma lesão medular na altura das vértebras cervicais seis e sete me deixando tetraplégico. De um segundo para outro perdi todos os movimentos e sensibilidade do corpo. Mesmo com a imprudência do outro motorista que avançou o farol vermelho colidindo no carro que eu estava no banco do passageiro, sei que foi uma fatalidade que pode acontecer com qualquer pessoa e acontece.

As mudanças foram imensas, apesar do choque de se tornar tetraplégico e das consequentes dificuldades, como depender dos outros pra quase tudo, eu que sempre fui independente, precisava de ajuda para tudo, até para beber água., recebi muito apoio e ajuda para continuar tendo forças a lutar; minha família, os amigos “que pra mim são a família que podemos escolher”, foram todos essenciais pra chegar onde cheguei. “Amar a vida me fez lutar.''

Alan, no hospital, depois do acidente.
 
             
                                                            Alan, com seus amigos, em diversos momentos.

Fui operado no hospital estadual Mario Covas onde comecei a fazer fisioterapia durante a internação, fiz reabilitação nos centros de reabilitação Fundação Sarah Kubitschek e a Divisão Médica de Reabilitação do H.C. onde têm excelentes profissionais... Tudo isso contribuiu para uma rápida reabilitação, ajudou-me a compreender e superar o que havia acontecido comigo, assim aprendi a me adaptar e conviver com a nova situação, percebendo que podia dar continuidade a os meus caminhos.
Conhecendo as histórias de outras pessoas com deficiência que são felizes e tem ótima qualidade de vida, percebi que todos têm limitações, mas todos tem capacidades, habilidades, servem para alguma coisa.
Com conhecimento suficiente voltei as atividades, após um tempo voltei a cursar faculdade e no fim de 2008 me formei em Gestão Logística na universidade Metodista. Assim como voltei organizar festas e eventos. Após três meses do acidente comecei um namoro que durou 7 anos. Tirei minha
carteira de habilitação pra dirigir carro adaptado. Tive muitas conquistas nesses anos, sempre buscando uma melhor qualidade de vida.
Mesmo com apenas o movimento do braços e um pouco do tronco voltei a praticar atividades físicas que pra mim é essencial, faz bem pra mente e pro corpo, comecei a nadar, depois fui jogar rúgbi em cadeira de rodas pelo Tigres QuadRúgby, voltei a fazer academia, puxar ferro usando algumas adaptações pra segurar os aparelhos. Após o acidente engordei muito e mesmo com essas atividades não estava conseguindo perder peso, e muito pesado não consegui desenvolver essas atividades da melhor forma possível, até emagrecia e engordava de novo, até um ano e meio atrás decidi que iria emagrecer de vez, mudei a alimentação e comecei a correr com minha cadeira de rodas. Hoje faço 9km em 1h e 30min, já perdi muitos e muitos quilos e está faltando pouco pra ficar em boa forma. Mudando pra muito melhor minha qualidade de vida e auto estima.

 

Devido à experiência em projetos governamentais e em algumas organizações não governamentais ”ONGs”, voltadas para o social e inclusão, no final de 2007, me uniu com um grupo de amigos e profissionais e criamos a ONG “Viva as diferenças”. Projetada para lutar pelos direitos das pessoas com deficiência na região do grande ABC.
Gostaria que as pessoas olhassem mais para os potenciais das pessoas com deficiência do que para suas deficiências. Que o governo e a população respeitem e cumpram de verdade todas as leis, como por exemplo, as de vagas de estacionamento, de acessibilidade em locais públicos e privados, de transporte, a lei de cotas de trabalho e muitas outras. Acredito que assim a pessoa com deficiência pode ser protagonista da própria história.
Agora em 2013 junto com minha amiga Mariane Santana estreiamos um Programa na Rádio ABC - AM 1570 que trata de temas relacionados às pessoas com deficiência.
Todo sábado das 9h às 10h da manhã. Toda semana o programa traz convidados diversos, para tratar de assuntos como educação, transporte, cultura, esporte, política e muito mais. Para ouvir sintonize rádio ABC - AM 1570 ou http://www.radioabc.com.br/
 



“Acredito que somos a soma daquilo que vivemos, e que tudo é aprendizado. Somos todos mestres e alunos, cada um com a sua história.''
 
Alan na Mídia!! Conheça mais do Alan:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

3 comentários:

  1. Acompanhei o inicio desse conto. Certíssimo, real nada fantasioso e promocional. Exatamente assim, exatamente Alan.

    ResponderExcluir
  2. É isso aí primo. Você é um exemplo de superação e confesso que tenho muito orgulho de ter um primo tão inteligente, forte e decidido como você. Sua vida e força de vontade inspiram pessoas. Continue sempre assim primo. Abraços.

    ResponderExcluir
  3. Alan, parabéns!
    nem vou falar aqui sobre café com leite versus elogios.. rsrsrs
    É sempre bom ler histórias que nos inspiram, e tem muita gente que precisa rever suas listas. Fica a indicação da sua histórias. Beijos, Eliane

    ResponderExcluir