quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ninguém merece: Teatro da UFPE

Ei gente, eu gostaria de escrever mais um "todos merecemos" mas não é essa a temática de hoje, infelizmente... Essa semana minha prima Mayara me chamou para ir ao teatro com uma amiga dela (muito gente boa por sinal, a Stella) assistir uma peça muito bem falada da Mônica Martelli : Os Homens são de Marte... e é pra lá que eu vou! Bom, eu adorei! Foi muito divertido, rimos horrores e super indico. O que não indico é o local. Pensando bem... indico sim! Para eles saberem que também gostamos de ir ao teatro.

O teatro da UFPE é totalmente desorganizado e sem estrutura para receber alguém com deficiência física. Minha prima comprou os ingressos um dia antes e já havia me avisado:  "Lu, teremos que 'abrir o bocão', porque o local onde comprei não pode ficar cadeirantes e eles disseram que você vai ter que ficar distante da gente." Eu falei: "Chegando lá a gente resolve, abriremos o bocão!"...rs
 
Já no teatro, o diretor/organizador pediu para seguir por baixo, pois a entrada para deficientes físicos não poderia ser feita ali, onde todos entravam. Estranhamente o acesso para deficientes físicos é o mais distante e com mais obstáculos. Logo quando entramos no teatro, surgiu a dúvida de onde sentaríamos. Foi então que perguntamos ao "tal moço da organização", que ficou mudo e em nada nos ajudou. Nesse momento eu falei: "Vamos ficar por aqui mesmo, nessa primeira fila do corredor. Se alguém aparecer para sentar aqui, a gente conversa". Rezando para que fossem dois casais que não quisessem sentar juntos, pois tinham 4 vagas...
Foi o que fizemos, mas logo depois chegaram dois casais (amigos para minha tristeza) dizendo que o local deles era ali. E então, foi aquela agonia para desenrolar outro lugar para ficarmos. As meninas foram falar com o tal moço da organização e ele veio explicar que o teatro era antigo e não existia um lugar reservado para deficiente físico. Pense numa novela! O rapaz de um desses dois casais estava recém operado do joelho e não poderia ficar em outro lugar, pois precisava esticar a perna. Então, "teria" que ser o outro casal a mudar de lugar e a menina ficou danada da vida (com razão), porque realmente ela pagou para estar naquele lugar...então imaginem a confusão que foi feita! Conversa vai, conversa vem... A menina falou: - Que fique claro que eu só estou saindo por ela (apontando para mim)! Eu queria me afundar na cadeira, sempre "movimento" os lugares por onde ando...rsrsrs. Mas não tive culpa e o teatro da UFPE me colocou em constrangimento.
 
Felizmente ou infelizmente, dependendo do ponto de vista, só tinha eu de deficiente por ali. Nessas horas que penso: Bora sair de casaaaa meu povoooo! O teatro da UFPE e tantos outros lugares precisam ser acessíveis, tanto no quesito ergonomia, quanto estrutura. Apesar de todo esse furacão que se alastrou com minha passagem, a peça foi maravilhosa e você sai se achando a amiga íntima da atriz Mônica Martelli, talentosíssima! rsrs
 
 
                                                       Mayara, Stella e Eu
 
Beijosss



Um comentário:

  1. Pois já liguei para o teatro da UFPE,me informaram que era acessível.
    Além da falta de acessibilidade a uma falta de informação e capacitação dos
    funcionários do local uma pena.

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