O termo acessibilidade tão
debatido aqui no blog, não se resume apenas a rampas, banheiros adaptados,
vagas exclusivas, mas sim a igualdade no acesso ao lazer, aos estudos, a saúde,
e ao tão sonhado mercado de trabalho.
Desde que me entendo por gente
gostei de ter a minha graninha, fosse pra comprar doces, revistas e as minhas
tão amadas canetas (era viciada em canetas coloridas, tinha coleção e tudo
kkkkkkk). Dei aula particular em casa por um bom tempo, era uma farra. Tive a
sorte de ter alunos dos tipos mais variados, de um matutinho do interior até um
aprendiz de surfista. Me chamavam de Tia Wivian kkkkkkkkkkkkk Depois dessa fase
“professorinha” parti para o artesanato, fazia bijuterias, bonecas, tapeçaria,
pense numa pessoa prendada kkkkkkk me virava como podia, mas sempre sonhando em
trabalhar em uma empresa de verdade, ter uma carteira assinada.
Quando entrei na faculdade, minha
visão se expandiu e vi inúmeras possibilidades. Tive a sorte de encontrar uma
pessoa que viu meu potencial e logo me chamou pra trabalhar na empresa dela, um
Petshop. Fiquei lá por 7 anos, cada dia era uma coisa nova. Comecei organizando
os documentos e depois fui ganhando meu espaço. Trabalhei numa equipe que só
tinha homens, e a minha chegada foi bastante festejada e comentada. A minha
gerente teve o cuidado de prepara-los, dizendo que iria chegar uma pessoa capaz
e que somaria a equipe, e que o que eles veriam é uma imagem diferente do
realmente é. Pediu gentileza e que me ajudassem no que minhas limitações me
impedissem, e assim foi feito. Cheia de ideias e vontade eu fiz o meu melhor,
deixei a minha marca e fiz amigos.
Mesmo trabalhando lá, eu não
parava de sonhar grande, enviava meus currículos e participava de vários
processos seletivos. E nesses processos vi como a área de Recursos Humanos é
deficiente, o quanto está despreparada para esses novos profissionais. Falo isso
de boca cheia, pois faço parte dos dois papeis, sou mão de obra qualificada e
também sou profissional de Rh, é tanta coisa absurda de empresas grandes que
indignam de verdade.
Fiz seleções pra vários segmentos diferentes, mas com
testes específicos, entrevistas (até em inglês tá!!! Te mete com a pessoa
kkkkkkkkkkkkkkk), dinâmicas de grupo .... Enfim todo o processo chato, mas de
todas que fiz três me marcaram. A primeira,
foi uma multinacional do ramo alimentício, me fez passar por entrevistas em
inglês com os gerentes de marketing, de recursos humanos e por fim com o
regional. Criei uma “campanha de lançamento de um produto” para demonstrar
criatividade, passei pela perícia médica deles, com o Dr Formiga (ele veio do
Paraná pra me ver de confirmar minha aptidão ao cargo). Por fim, ouvi o “aguarde
nosso retorno”, a reposta que recebi foi que meu currículo é ótimo, sou muito
qualificada MAS que a matriz no Paraná não autorizou as adaptações no layout da
empresa. Resumo, não fiquei. A outra marcante foi para um hospital de referência
no cuidado materno infantil aqui em Pernambuco, e fez uma seleção para vários
tipos de deficiências. Cheguei num prédio com escadas e sem aviso nenhum,
quando entrei na sala vi um amontoado de pessoas e num birô a Dra Psicóloga. Vi
que tinha além de deficientes físicos, alguns deficientes visuais, auditivos e
mudos também. Quando as apresentações começaram, não vi nenhum profissional
interprete de sinais. Me senti péssima com a situação, os meninos tentando
emitir algum som pra que pudessem ser compreendidos, ninguém conseguia entender
ou se mostrava revoltado com a situação. A tal Dra Psicóloga sorria, dizendo “prometo que da próxima vez vou aprender pra
ajudar vocês” ..... eu fechei a cara e esperei pra ver até onde este circo dos
horrores iria. Na redação eu me soltei, esqueci a vaga e soltei o verbo. Critiquei
a atitude da equipe de Rh, perguntei se realmente sabiam o que estavam fazendo,
se percebiam o constrangimento e a exposição que estavam fazendo com os
candidatos, que se em um processo seletivo de uma empresa a equipe recrutadora,
que é a porta de entrada e fachada, não é capaz de mostrar o mínimo de respeito
pelos candidatos a empresa em si também não é. Se meu currículo me abriu portas
para essa vaga a minha redação as fechou com cadeado kkkkkkkkkkkkkkkk mas
GRAÇAS A DEUS!! A terceira experiência (não a
última kkkkkk) foi para uma indústria alimentícia (tenho cara de fominha!? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk).
Fiz a seleção exclusiva para deficientes, fui pré-selecionada e pediram que eu
aguardasse a convocação. Esperei por 2 anos, quase um concurso público, e a
proposta foi pra lá de indecente. Eu trabalharia ½ expediente, apenas 4 dias
por semana, receberia ½ salário e na minha carteira já teria além da data de
contratação a data de desligamento (que seria de 1 ano), minha resposta foi
não.
Hoje trabalho como prestadora de serviço para uma secretaria de assistência social, é algo totalmente novo e desafiador. Preciso me cercar de Leis, Decretos e Resoluções para poder argumentar sobre qualquer entidade ou serviço assistencial (mega chique né kkkkkkkkkkkkk). Mas AINDA não me realizei, adoro o que faço e sempre faço o melhor. Tenho uma sede muito grande por desafios!!!!
O que posso afirmar é que
oportunidades existem sim, aos montes, mas faltam pessoas qualificadas tanto
para fazer a captação quanto para ser contratadas. A acessibilidade no mercado
de trabalho ainda é um tabu, muitos sabem dos direitos e deveres, mas não
conseguem aplicá-lo. De um lado as empresas argumentam que há falta de
candidatos qualificados e que o custo para adaptar a empresa são altos, do
outro se ouve a queixa de uma mão de obra nem sempre tão qualificada (coisa que
ninguém é por completo), mas com muita vontade e habilidades ainda não
trabalhadas.
Esse assunto é GIGANTE e pra não
tornar cansativo nem deixar de mencionar os aspectos legais, vou dividi-lo em 2,
e durante a semana vou colocando mais coisas interessantes.
Beijos e inté
=)
Ficou perfeito o post amiga. Abordou de forma clara e objetiva. Adorei conhecer mais algumas de suas experiências amiga!!! Beijão
ResponderExcluirBoa tarde amigas, adorei o blog e a temática de vocês, já estou seguindo, sou Damião Marcos do blog inclusão diferente que tal começar o novo ano deixando o vosso blog mais funcional e com uma cara mais profissional?
ResponderExcluirEsse é um dos meus trabalhos e como os nossos objetivos são de inclusão não se preocupe que o preço a gente discute o que for melhor para vocês, aguardo o vosso contato no e-mail cd_solo@yahoo.com.br além disso vamos fazer parcerias e amizades afinal de contas a união é a força.
Podemos até fazer um modelo sem compromisso.
Olá Damião. Que ótimo que gostou! Entraremos em contato com certeza. Abraços!
Excluirolá. Sou weldes, amigo de wivian.A todos que compõem este blog, boa tarde. e pra wivian, digo sempre minha amiga e uma pessoa inteligente. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigada Well!!! Beijo grande e continue nos visitando
ResponderExcluir