Puxando o fio que a Lú deixou no último post dela, o “Ninguém Merece”, queria abordar uma questão muito interessante,
como surge o preconceito!? Como explicar que apesar das diferenças perceptíveis
todos nós sentimos e vivemos do mesmo jeito?! Quando a Lú falou da vez que foi
abordada por uma criança que a viu na cadeira de rodas, e que com a sua inocência
e curiosidade, a perguntou o porquê dela estar ali daquele jeito, me deu um
estalo. É aí que o preconceito nasce e pode morrer. Justamente nessa fase
inocente da criança, muita coisa pode ser evitada e trabalhada para que ele cresça
consciente de que não somos como bonecos feitos em uma fábrica, cada um tem sua
particularidade, algo que nos torna igual e diferente ao mesmo tempo.
O que é o preconceito!? De acordo
com os dicionários, preconceito é um conceito pré concebido, algo formado
antes. É muito associado a uma ideia negativa, pois se limita a definir algo
superficialmente, sem se preocupar com a essência, com a natureza do objeto. E é
exatamente esse tipo de julgamento que muitas pessoas com algum tipo de
limitação enfrentam diariamente. Olhares piedosos, curiosos ou até mesmo críticos
nos rodeiam. A falta de informação, de cuidado e até mesmo de respeito com o
outro gera situações constrangedoras e de tão absurdas chegam a ser engraçadas.
Nunca
tive problema em dizer o que tenho, muito pelo contrário adoro dar uma de sabe
tudo e contar todos os detalhes (explico até os cruzamentos dos cromossomos
kkkkkkkk). Sempre fui curiosa e desde que descobri o que tenho não deixo de
fuçar na net novidades, tratamentos e tudo mais de interessante sobre a
Distrofia. Meus médicos adoram me ouvir kkkkkkkkkkkkk ... devem me achar maluca
mas tuuuudo bem, tudo em nome da ciência. Em entrevistas de trabalho, eu
surpreendo os gerentes de Rh por minha naturalidade em expor minhas limitações
e habilidades. Com novos amigos também não tenho problemas, mas quando o
assunto é explicar pra criança .... eu me perco, não sei por onde começar. Meu irmão
mais novo, que também tem a DMC, inventou um jeito engraçado de tirar os
pequenos de tempo, não é o mais correto, mas foi à forma que ele achou de não
dar um nó na cabeça da criança. Quando o perguntam o que ele tem, ele diz que
foi mordido por um jacaré (:p) eu morro de rir kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Fuçando minha caixa de e-mails,
encontrei um antigo que falava justamente sobre esse assunto e achei
interessante dividir com vocês pois além de ser uma matéria linda e real, dá
muitos toques de como devemos agir nas situações cotidianas.
“Esta matéria foi publicada em
1/03/12. Muitas pessoas querem introduzir o assunto “crianças com necessidades
especiais” com os filhos, para estimular a aceitação à diversidade, e não sabem
como fazê-lo. Aqui vão várias dicas muito úteis!
Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos.
“Quando a Darsie vê crianças (e
adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente
mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não
tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que ama tudo, de cavalos a livros. Ela
é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança—independente
dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então
nós te convidamos a fazer o mesmo.” — Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy
Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral.
Encoraje seu filho a dizer “oi”.
“Se você pegar seu filho olhando
pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo
rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente,
não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com necessidades
especiais, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu
filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra
ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que
crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente
espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas.”—
Katy Monot, do blog “Bird On
The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.
“Algumas vezes, eu penso que nós,
pais, tendemos a complicar as coisas. Usando alguma coisa que seus filhos já
conhecem, algo que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade
especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos
atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de
forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele
simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu
nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar
isso para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca
de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na
cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”—
Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary,
ambos com Síndrome de Down.
Ensine respeito às crianças com seus próprios atos.
“Crianças aprendem mais com suas
ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou
fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês.
Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer
um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale
para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo
mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do
irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.— Debbie Smith, do blog
“Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomina 9.
Não se preocupe com o constrangimento.
“Vamos combinar de não entrar em
pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos
na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo
como “Eca! Por que ela está babando?”ou “Você é mais gorda que a minha mãe”.
Embora esses não sejam exemplos ideais de início de conversa, eles mostram que
o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e
perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra
longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar,
mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e
apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a
coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no
zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai
ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de
que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança
que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda
que a minha mãe”).— Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem
uma síndrome genética não diagnosticada.
A educação e a informação são questões
importantes para o crescimento de pessoas conscientes e sociáveis, e conseguem
transformar com simples atitudes. Esta matéria tem outras dicas interessantes,
vou disponibilizar o link para que vocês possam conferi-la inteira.
Espero que tenham curtido! Beijos
=)
Link: http://blogs.babble.com/babble-voices/ellen-seidman-1000-perplexing-things-about-parenthood/2012/02/29/what-to-teach-your-children-about-kids-with-special-needs/
Parabéns pela matéria amiga, INCRÍVEL! Adorei, e acho que estão ai muitas respostas que varias pessoas procuram. Todos somos diferentes, o importante é educar para que desde pequeno seu filho saiba disse, e que preconceitos nada mais é de quem só vê a superficialidade! Sabe aquela linda frase de O Pequeno príncipe: "O essencial é invisível aos olhos...". Post maravilhoso....beijoos
ResponderExcluirBrigadão Dé!! É pra isso que criamos o blog, além de divertir com as nossas histórias, passar dicas de como lidar melhor com as diferenças. E essa é a minha frase preferida!! Xêro
ExcluirGostei muito do assunto abordado e concordo com a opinião de todos envolvido no texto. Parabéns!!!Adelaide.
ResponderExcluirMuito obrigada!!! Beijão e continue nos acompanhando e sugerindo coisas novas!
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