Nesse post, eu vou abordar com
vocês a importância de ter ao lado, pessoas com experiências de vida parecidas
com a nossa. Há algum tempo atrás eu praticamente não falava sobre minha
limitação (distrofia muscular), tinha vergonha, medo, sentimentos desse tipo.
Hoje posso dizer que isso já passou, falar é muito bom, pois além de você expor o que
sente, pode passar experiências de vida para outras pessoas. Conheci pessoas maravilhosas,
com experiências incríveis, e nós chegamos à conclusão de que se nos unirmos na
busca de informações tudo fica mais fácil e leve.
Vou colocar uma história muito
legal, espero que gostem, ele foi uma das inspirações na criação do nosso blog,
o nosso amigo Alessandro
Ribeiro Fernandes.
“Quando
fiquei paraplégico em julho de 2006, um mundo totalmente novo se impunha em
minha vida. Eu não tinha a opção de não viver aquela condição, que uma lesão
medular me obrigava a descobrir. Antes dela, que foi causada por um acidente de
moto, minha vida era extremamente ativa e movimentada.
Eu
morava em Florianópolis, para onde me mudei com o objetivo de fazer mestrado em
finanças, um sonho antigo que eu havia conseguido realizar. Eu tinha 32 anos e
estava só estudando, voltando a uma vida que eu soube curtir muito na
graduação: a de estudante. Depois das aulas e do estudo eu ia para bares,
festas, e nos fins de semana para boates. Ia para a universidade de bicicleta,
com a qual fazia trilhas nos fins de semana. Conheci um grupo de trekking,
outro esporte que iniciei nesta época.
Alessandro criou o Blog para ajudar pessoas que passam pela mesma dificuldade enfrentada por ele |
E,
de repente, nas primeiras férias do mestrado, vim para Minas Gerais ver os pais
e amigos, e no fim das férias sofri o fatídico acidente que me deixou
paraplégico. Me vi paralisado do peito para baixo em uma cama de hospital sem
perspectivas de voltar a andar. Nem de voltar para Floripa, nem para o
mestrado, nem para os amigos que deixei na ilha. Qualquer pessoa normal se
desespera em uma situação dessas, mas devido ao meu otimismo e bom humor, não
me deixei abater. Percebi que não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser
aprender a lidar com aquela nova situação.
A
primeira coisa que me veio à mente foi a internet. Muitos diziam, e ainda
dizem, que se encontra de tudo por lá. Mas em 2006 ainda não era bem assim.
Informações técnicas, estudos acadêmicos, recomendações médicas, isso eu
encontrei. Mas dicas sobre o dia a dia, relatos de pessoas que estavam na mesma
situação e recomendações para não entrar cair em armadilhas que o mundo nos
impõe, isto eu não achei. Tive que me virar sozinho e descobrir que muita coisa
precisava ser feita para que um cadeirante vivesse bem e com dignidade na
sociedade moderna.
Depois
de dar muita cabeçada e sofrer com a falta de estrutura que há nas cidades,
resolvi criar um blog em 2009. Na época já haviam algumas iniciativas
parecidas, outros cadeirantes e deficientes começavam a contar suas histórias,
e descobri aí uma fonte muito rica de informações e contatos para que busquemos
nossos direitos e formas de viver melhor com uma deficiência. Fiz bons amigos
pela grande rede, fui ajudado e ajudei muita gente que, assim como eu, estava
descobrindo um mundo novo, com limitações e peculiaridades que a grande maioria
das pessoas desconhece completamente.
Hoje
percebo a importância dos blogs nos depoimentos que recebo de pessoas que
estavam perdidas e se encontraram nos meus relatos e dicas, e puderam se
preparar para viver da melhor forma possível, contornando os enormes obstáculos
que há quando as limitações aparecem em nossa vida sem aviso. E,
principalmente, sem manual de instruções.
(*) Alessandro
Ribeiro Fernandes, coordena o Blog do Cadeirante.
Portanto,
expor, trocar ideias com pessoas, tendo elas deficiências ou não, acrescentam
muito para qualquer individuo. Tiveram pessoas que nem imaginam que me ajudaram
demais. Vou até contar uma breve história para vocês, uma vez, eu fui á um
salão de beleza, fazer um tratamento no meu cabelo, na época eu não falava
sobre o assunto, aliás, fingia que nada acontecia, que estava tudo normal. Foi
então, que o cabeleireiro me perguntou o que eu tinha, e nunca ninguém havia me
perguntado antes, na hora fiquei sem saber o que falar, porém tudo saiu de
maneira espontânea e leve, ou seja, foi o pontapé inicial que eu nem sabia que
estava acontecendo. Contei a ele minha historia, e ele achou natural,
inclusive, me incentivou a procurar tratamento, médicos e etc. Foi então que eu
passei a olhar pra mim e ver a real situação, e isso foi maravilhoso, me
aceitei, e me valorizei da maneira que eu sou. Uma mulher batalhadora, sonhadora,
guerreira e que sabe o que quer da vida. E que venham novas pessoas, novas experiências,
a serem vividas, é isso que esperamos. Até breve! Beijos
Adorei o post amiga. Fala bem da importância da troca de experiências e que se mostrar aberto ao novo só faz bem. Parabéns amiga!!!
ResponderExcluirObrigada Wi...Você esta ai dentro dessas experiências todas! Te amo!!!Beijos
ExcluirPerfeito Post!!!! Troca de experiência é sempre bom, sempre rico!! Adorei!!
ResponderExcluirSim Lú...é maravilhoso!!!
ExcluirGostei bastante.É com essas experiências que ajudamos uns aos outros.Bjss...Adelaide
ResponderExcluirObrigada Adelaide! Beijão
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